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quarta-feira, 25 de junho de 2014

RESUMO DO LIVRO "ANA TERRA"



Ana Terra era uma moça que morava com sua família em um sítio
 muito longe da cidade e tinha uma vida sofrida, e a única coisa 
que Ana e sua família faziam era trabalhar. Embora Ana tinha o 
desejo de abraçar e beijar algum homem.

O princípio de seu desejo veio com a chegada do índio Pedro 
Missioneiro, e que lentamente foi crescendo na sua condição de 
macho: uma cara moça e trigueira, de maçãs salientes. Ana, 
quando o via sentia uma coisa que não podia explicar: um 
mal-estar sem nome, mistura de acanhamento, nojo e fascinação.

Em sua singeleza, atraía-se pelo estranho, confirmando-se como 
aquela mulher desejável que enxergara no fundo das águas.
Entregar-se àquele desconhecido foi um passo tão natural como 
o suceder das estações naqueles ermos.

Antes, arriscou um jogo delicioso de avanços e recuos, sabendo 
que, quisesse ou não quisesse, agindo a favor ou contra a lei paterna, 
seria daquele homem. E, numa tarde, considerou-se pronta, e o 
desejo palpitava em todas as sua artérias; encaminhou-se para a 
barraca do índio, o reino de Pedro Missioneiro. E lá aconteceu 
algo que Ana queria.

Os dias seguintes foram de medo, pânico misturado à vergonha e 
depois disso, logo soube que estava grávida, e o isso tornou-se um 
espaço de lágrimas. Carregou o segredo o quanto pôde, mas um dia, 
não se contendo mais, revelou tudo à mãe. Dona Henriqueta nem 
teve tempo de consolá-la: e o pai declarou já saber de tudo e foi 
como se um trovão cortasse os céus. Nada mais poderia ser feito: 
cumprindo um código ancestral, ele convocou os dois filhos, e 
esses mataram Pedro Missioneiro. Sabia que sua vida naquela 
casa dali por diante seria um inferno.

De um instante para outro tornou-se invisível aos olhos do Pai, 
transfigurando-se numa entidade pecadora. Simbolicamente 
expulsa de sua casa, procurou fazer-se pequena, para que sua 
pequenez diminuísse a dor da culpa; tratava-se, porém, de uma 
culpa mais aceita do que entendida. Logo aconteceu o nascimento 
do filho de Ana Terra e, Dona Henriqueta assistiu-a, cortando o 
cordão umbilical do menino Pedro.

Mesmo assim, os pais e irmãos não tomaram conhecimento do 
novo ser que habitaria o rancho. Contra toda as possibilidades, 
Pedrinho cresceu, e a vida seguiu seu rumo. Os irmãos casaram-se, 
e, para Ana, cada dia era a repetição do dia anterior.

Depois disso, sua mãe morreu, de nó nas tripas, mas esta morte 
não abalou muito à Ana. Então vieram vários castelhanos, 
assassinando, incendiando, violando. Ana mandou a esposa de seu 
irmão e as duas crianças irem se esconder no mato, e fingindo ser 
a única mulher da casa, imola-se voluntariamente à sanha dos bandidos. 
Foi estuprada várias vezes, e ao acordar de seu desfalecimento, 
encontrou um quadro de horrores: o pai, o irmão Antônio, os escravos, 
todos estavam mortos no meio da casa já destruída.

Ana entendia naquele momento que estava liberta de sua mancha 
original, e pela forma mais bárbara e purificadora. Nada lhe fora 
poupado em sofrimento, e pelo sofrimento reconciliava-se com a vida. 
Numa exaltação próxima a uma feroz alegria, aceitou o convite de 
um forasteiro para ir formar o núcleo inicial de uma nova vida, e 
uma longa viagem a levou para um planalto. Lá ela construiu uma casa, 
morando com seu filho, que logo teve que ir para uma guerra contra os 
castelhanos. Voltando da guerra vivo, casou-se com uma moça, teve 
um filho e logo teve que voltar para a guerra, com o compromisso de 
voltar vivo, pois agora ele tinha uma mulher e um filho para cuidar.

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