Angústia, obra do aclamado escritor Graciliano Ramos, foi publicada
em 1936, tendo como principal característica a descrição dos estados
de alma dos indivíduos que se questionam o tempo todo sobre si e o
mundo. O protagonista do romance, Luís da Silva, funcionário público
e escritor frustrado, confessa desesperadamente ser autor de um homicídio.
O estopim foi o fato da vítima, Julião Tavares, ter conquistado a mulher
que Luís da Silva amava.
A estrutura “desordenada” do texto narrativo escrito em primeira pessoa
A estrutura “desordenada” do texto narrativo escrito em primeira pessoa
descreve a mente perturbada do narrador e personagem Luís da Silva.
Utilizando o recurso do monólogo interior, Graciliano Ramos faz ajustes
ao ponto de vista do seu narrador que conjuga o uso da memória pela
imaginação.
Luís nos conta fatos que aconteceram há um pouco mais de um ano antes
Luís nos conta fatos que aconteceram há um pouco mais de um ano antes
dele decidir escrevê-los, pelos indícios no romance é possível delimitar a
ocorrência dos acontecimentos entre a década de 1930, especificadamente
após o golpe da Revolução de 30, e o ano de sua conclusão, 1936.
Angústia é um romance narrado por seu protagonista, funcionário público
Angústia é um romance narrado por seu protagonista, funcionário público
e escritor diletante Luís da Silva. No início aparece o seguinte enunciado:
Levantei-me há cerca de trinta dias, mas julgo que ainda não me restabeleci
Levantei-me há cerca de trinta dias, mas julgo que ainda não me restabeleci
completamente. Das visões que me perseguiam naquelas noites compridas
umas sombras permanecem, sombras que se misturam à realidade e me
produzem calafrios.
RAMOS, Graciliano. Angústia. RJ/SP: Record, 2005. p. 7.
O enunciado é uma prenunciação do que está por vir nas mais de duzentas
RAMOS, Graciliano. Angústia. RJ/SP: Record, 2005. p. 7.
O enunciado é uma prenunciação do que está por vir nas mais de duzentas
páginas seguintes do romance que abordarão a história de Luís entre
sombras e a confissão de que só se aprende a realidade através de fragmentos.
Luís vive revivendo suas frustrações intelectuais, memórias de infância,
Luís vive revivendo suas frustrações intelectuais, memórias de infância,
desejo pela vizinha Marina e ódio de Julião Tavares que lhe rouba a mulher
amada.
O romance imerge no estado psicológico do narrador-personagem visto
O romance imerge no estado psicológico do narrador-personagem visto
como um homem complexo e atormentado que vira refém do ciúme e do
ressentimento até que comete um homicídio. Luís ao saber que Marina,
sua amada, mulher fútil, havia sido seduzida por Julião e abandonada
grávida e que o meliante já estava com outra mulher, começa a imaginar
o crime e o realiza estrangulando Julião com uma corda; em seguida, o
pendura num galho de árvore para representar um suicídio.
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