O Auto da Compadecida foi escrito em 1955 e deu destaque a Ariano
Suassuna perante o cenário nacional. Os espectadores e os leitores
logo se identificaram com a obra devido ao seu caráter popular e
moderno que tinha como ferramenta a coloquialidade e o regionalismo
nordestino. A peça mistura a literatura popular nordestina com os autos
medievais resultando em um texto marcado por humor e caráter moral.
É perceptível que O Auto da Compadecida recebeu grande influência dos
É perceptível que O Auto da Compadecida recebeu grande influência dos
autos de Gil Vicente. Porém, a peça de Suassuna também se aproxima do
pitoresco ao ter a presença de um anti-herói, que é João Grilo, personagem
popular que devido à esperteza e ingenuidade dá à peça um caráter cômico.
O protagonista dribla a má sorte de uma vida de miséria e fome no
O protagonista dribla a má sorte de uma vida de miséria e fome no
sertão do Nordeste com sua esperteza e trapaças, ao seu lado sempre está
o amigo Chicó. É importante frisar que João Grilo e Chicó são recriações
das personagens da Comedia dell’Arte italiana e de personagens da
literatura universal.
O Autor
Ariano Suassuna nasceu em João Pessoa/PB. Sua família se mudou para o
O Autor
Ariano Suassuna nasceu em João Pessoa/PB. Sua família se mudou para o
interior de Pernambuco após o assassinato de seu pai às vésperas da
Revolução de 1930. O dramaturgo utilizou sua infância como inspiração
para os poemas, peças e romances que viria a escrever.
Resumo do Auto da Compadecida
Dois nordestinos, João Grilo e Chicó são os personagens centrais da peça.
Resumo do Auto da Compadecida
Dois nordestinos, João Grilo e Chicó são os personagens centrais da peça.
João Grilo é o que se aproveita da estupidez dos ricos e do clero para
exercer sua esperteza e sempre consegue levar a melhor. Chicó é o covarde
e mentiroso. João Grilo depois que consegue convencer o padre a enterrar
o cão do padeiro, e vender um gato à mulher adúltera do patrão, tenta
enganar o cangaceiro Severino, mas é morto pelo homem que trabalha
para o cangaceiro. Todos são mortos, menos Chicó, que sai de cena para
rezar pelo amigo. João Grilo vai parar no tribunal celeste e não aceira as
acusações do diabo (Encourado) diante de Manuel (Cristo) e chama por
Nossa Senhora (Compadecida). Com toda sua esperteza, consegue superar
o diabo. Vão para o purgatório: o bispo, o padre, o sacristão, o padeiro e
sua mulher; Severino e o “cabra” vão para o céu; e João Grilo, graças à
intervenção de Compadeci da, volta à vida com a promessa de se portar
direito. Reencontra-se com Chicó, que prometeu todo o dinheiro para
Nossa Senhora.
Estrutura da Obra
Tempo: é psicológico, pois é atemporal ao representar uma situação que
foi e continua a ser vivida pelo nordestino.
Espaço: O espaço físico é Taperoá, no interior da Paraíba. O espaço
Espaço: O espaço físico é Taperoá, no interior da Paraíba. O espaço
psicológico é o Tribunal Celeste após a morte do protagonista.
Personagens: as personagens de Suassuna são tipos heroicos que integram
Personagens: as personagens de Suassuna são tipos heroicos que integram
o cômico, satírico e picaresco. Tipos que misturam a literatura de cordel,
a oralidade, os cantadores e os autos populares religiosos.
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