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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

RESUMO DO LIVRO "ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA"


Em 1922, em Azinhaga, Conselho de Golegã, nasceu José Saramago,
autor de Ensaio sobre a cegueira. Inicialmente escreveu poesias, 
crônicas, contos, romances e peças de teatro. Logo, em 1980, iniciou 
a segunda fase de sua carreira como escritor, então Saramago lançou 
sua melhor obra que lhe rendeu o prêmio Nobel de literatura, em 1996.

José Saramago é detentor da capacidade de narrar precisamente suas 
obras, recheando-as de detalhes que possibilitam ao leitor vivenciar de 
forma realista e se incluir no texto narrado.
RESUMO DE ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

De forma repentina, um homem de 38 anos, casado, motorista, foi 
tomado por uma cegueira enquanto esperava sozinho dentro do carro o 
sinal abrir. Essa cegueira é definida como um mar de leite. 
Algumas pessoas o acudiram e um indivíduo se oferece para levá-lo 
em casa e acaba por roubar-lhe o carro. O ladrão vive um drama por 
ter roubado um homem cego, entretanto, também fica cego.

Ao chegar em casa – o primeiro cego, sua esposa o leva ao oftalmologista, 
que não encontra nenhuma lesão nos olhos do homem, mas lhe solicita 
alguns exames para sustentar um possível diagnóstico sobre esse caso raro, 
o qual nunca vira. Por fim, o médico oftalmologista também é acometido 
pela treva branca e aos poucos infecta todos os seus pacientes, transformando
 a doença em uma epidemia.


Todos os indivíduos tomados pela cegueira branca são isolados e internados 
em um manicômio abandonado, porém, a única pessoa que não contraiu a 
cegueira é a mulher do médico, que esconde esse fato dos demais, exceto
 do marido. Nesse ambiente irão passar por diversas situações consideradas 
subumanas, vivendo como bichos, em que o instinto se sobreporá à razão e 
à dignidade humana.

Passado certo tempo, os cegos, já vivendo fora do manicômio, enfrentam a 
carência da cidade grande que fora saqueada, assim os moradores que 
tiveram suas casas saqueadas foram obrigados a viver como nômades, à 
procura de alimentos, água e abrigos pelas ruas. Conforme a cegueira 
chegou repentinamente, aos poucos se foi, possibilitando-nos associar a 
obra ao  Mito da Caverna de Platão.

PERSONAGENS

Os personagens de Ensaio sobre a cegueira não são identificados por seus 
respectivos nomes, mas sim por suas profissões ou por uma característica 
marcante. Sobre isso, leia:

[…] Ainda estava nesta balança entre a curiosidade e a discrição quando a 
mulher fez a pergunta directa, Como se chama, Os cegos não precisam de 
nomes, eu sou esta voz que tenho, o resto não é importante, Mas escreveu 
livros, e esses livros levam o seu nome, disse a mulher do médico, 
Agora ninguém os pode ler, portanto é como senão existissem.

SARAMAGO, José. Op. cit. p. 275.

A mulher do médico – única personagem que não é contaminada com a 
cegueira branca. Assim, desempenha a função de guia e protetora dos 
acometidos pela cegueira.
O médico – oftalmologista, fica cego enquanto investiga a rara cegueira.
O primeiro cego – o primeiro indivíduo a ser contaminado enquanto 
aguardava o sinal abrir.
A mulher do primeiro cego – ela reencontra o marido no manicômio.
O cego ladrão – oferecendo-se a ajudar o primeiro cego, roubou-lhe o carro. 
Enquanto esteve no manicômio foi morto por soldados que cuidavam do 
lugar.
O velho da venda preta – paciente do médico, possuía catarata, foi 
contaminado com a cegueira branca, que atingiu o olho que ainda 
enxergava.
Rapariga dos óculos escuros – prostituta, que se consultou com o médico 
devido a uma conjuntivite. Teve relações sexuais com ele enquanto 
estavam no manicômio. Ao sair de lá, relacionou-se com o velho da venda 
preta. Simboliza uma Maria Madalena que foi perdoada e uniu-se ao cego 
da venda preta.
O rapazinho estrábico – levado ao manicômio sem a companhia da mãe, 
lá a rapariga dos óculos escuros desempenhava esse papel materno.
O cachorro das lágrimas – encontrado pela mulher do oftalmologista que 
o abraça e faz dele seu animal de estimação.
O cego da pistola – chefe que comandava o grupo de cegos malvados que 
causava terror nos demais do manicômio.
O cego da contabilidade – antes da epidemia já era cego, sabia o alfabeto
 Braille e práticas contábeis.
A velha do andar de baixo – vizinha dos pais da rapariga dos óculos escuros, 
sozinha e abandonada, não aguentou e morreu.
A cega das insônias – tinha dificuldade para dormir no manicômio, ao 
ser agredida pelos cegos malvados, não aguentou e morreu.
Escritor – ao ser expulso de seu próprio apartamento, passou a morar no 
apartamento do primeiro cego. Mesmo contaminado com a treva branca 
continuou a escrever, pois sem isso não teria seria capaz de viver.

ESPAÇO E FOCO NARRATIVO

A obra tem como espaço uma cidade grande, com manicômio, 
supermercados, lojas de roupas e calçados e apartamentos.

Ensaio sobre a cegueira é narrado em 3ª pessoa, narrador onisciente. 
Saramago exclui pontos de interrogação e exclamação de sua obra, 
sinalizando os diálogos apenas com iniciais maiúsculas

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