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domingo, 2 de fevereiro de 2014

RESUMO DO LIVRO "O HOMEM"



Magdá morava com seu pai Sr. Conselheiro Pinto Marques, a tia 
Camila e Fernando. Conselheiro Pinto Marques era um homem 
alto, fibra seca, olhos vivos, calvo, tinha uma expressão inteligente
 e aristocrata. Era extremamente preocupado com Magdá. Tia Camila 
era uma solteirona velha, muito devota, esquisita de gênio e sem 
jeito nenhum para fazer sala. Uma verdadeira barata de sacristia, 
como lhe chamava Dr. Lobão, médico da casa. Quando Magdá 
nasceu Fernando já morava na casa e tinha cinco anos. 
Fora seu companheiro de infância e cresceram juntos. Desde muito 
cedo habituaram-se ambos à idéia de que nunca pertenceriam senão 
um ao outro. Queriam se casar.


Na realidade Fernando era o filho do seu pai, o conselheiro Pinto 
Marques, que o tivera em uma relação extraconjugal. Quando a mãe 
dele morrera, o conselheiro o adotara por compaixão e o mandara
 instruir. Fernando estudou medicina.


O conselheiro já não podia mais esconder isso pois via que o casal 
estava se envolvendo. Um belo dia, seu “pai” chamou-o e disse que 
Magdá era sua irmã e que ele era o seu pai. 
Fernando sorriu e fez-se um pouco vermelho. Passou a olhar Magdá 
com olhos fraternos. Mostrava frieza na amizade e tentava esconder 
seu amor por ela. Ela sentia que Fernando estava cada dia mais distante, 
e em breve viria a formatura dele acompanhada pelo casamento dos dois, 
conforme havia prometido Fernando.


Magdá não tinha olhos para mais nenhum homem, somente para Fernando, 
apesar de ser ainda muito jovem, apenas com quinze anos. 
Então Fernando se forma e comunica que partiria daqui a dias para a
 Europa e não sabia quando voltaria. Magdá caiu em crise de choro. 
Ameaça se casar com o primeiro pretendente que aparecer. 
Fernando não admitiu ir embora e deixá-la naquele estado. 
Pediu que o conselheiro contasse a verdade a ela também, o que foi feito. 
Ainda na cama, Magdá abraçou Fernando aos prantos, afinal eram irmãos.


Depois disso, o conselheiro promovia bailes para que a filha se divertisse 
e conhecesse novos rapazes. Dr. Lobão fazia-lhe visitas e perguntava sobre 
a alimentação, sobre os namorados dela. Durante os bailes Magdá dançava
 a noite toda. O tempo passava e Magdá era uma mulher feita. Dr. Lobão
 sempre cobrava um marido para ela. “Queira casar sim, mas casar bem”, 
como dizia em gíria de boa sociedade. “Queira escolher um homem de 
gênio suportável, com um pouco de mocidade e uma fortuna decente”! 
Bastava-lhe isto!


Infelizmente uma má noticia veio enlutar a casa: a morte de Fernando 
com problemas nos brônquios. Magdá começou a ter pesadelos com 
Fernando e durante o dia não dizia uma palavra sobre o assunto. 
O Conselheiro promoveu novos bailes, com orquestras e muita bebida... 
apareceram diversos pretendentes ricos. Após muitas tentativas de 
casamentos, Magdá resolveu que não se casava mais. 
Decidiram então que ela viajasse para a Europa. Magda viajou para a 
Europa mas voltou mais devota que nunca e decidira que seria freira. 
O conselheiro ficou revoltado com a idéia. Tia Camila gostou da reação 
da sobrinha: casa-se com Jesus Cristo! Muitas vezes, durante as orações, 
confundia Jesus com Fernando.


Foi aconselhada a viver em outro lugar mais campestre, onde não 
houvesse igrejas por perto. Iriam refugiar-se na Tijuca, num casarão 
antigo de aparência tristonha e com mato virgem. Lá Magdá acordava
 tarde e tinha febres constantes que a deixava sempre nervosa. 
Mas ela gostava de ficar olhando pela janela os trabalhadores na pedreira. 
Apreciava aquela rica exibição dos músculos tesos dos homens que saltavam 
com o peso do macete e do furão de ferro, e daqueles corpos nus e suados, 
que reluziam ao sol como se fossem de bronze polido. Não saía do quarto, 
não comia e andava rabugenta. Sua tia Camila estava muito doente e morre. 
Chegou uma nova criada, a Justina, que veio para cuidar de Magdá que 
ficava curiosa com a sua simpatia e queria saber como vivia.


Magdá continuava a olhar pela janela os trabalhadores da pedreira... 
Ela pediu ao pai que a acompanhasse até no alto da pedreira. 
Ele ficou surpreso mas acompanhou a filha. O caminho era estreito 
e difícil, o cascalho rolava solto. No topo, um cavouqueiro assustado 
pela coragem da moça, ofereceu para conduzí-la de volta. 
Ele era um moço de vinte e cinco anos, vigoroso e belo de força. 
Estava nu da cintura para cima. O rapaz passou um dos braços pela 
cintura de Magdá e com o outro a suspendeu de mansinho pelas curvas
 dos joelhos, inclinando-a sobre seu peito. Ela deitou no ombro dele. 
Durante a descida, teve cuidado para não rolar pedras abaixo. 
Quando o moço, já embaixo, a colocou num banco de pedra que ali 
havia, a enferma (pois vivia sempre deprimida) abriu de todo os olhos, 
deixou escapar um grito e cobriu logo o rosto com as mãos. 
Não podia encarar aquele homem de corpo nu que ali estava defronte 
dela, a tirar com os punhos o suor que lhe escorria pela testa. Magdá 
ficou desorientada e com vergonha do moço, pois nunca tinha visto um 
homem nu. A partir daí sonhava todas as noites com o ocorrido, o 
homem não saía da sua memória; mesmo quando descobriu que ele era
 noivo de Rosinha (irmã de Justina) e que se chamava Luís.


E o tempo foi passando, quando todos os dias Magdá sonhava com 
Luis já como o homem que lhe pertencia e viviam em uma ilha maravilhosa. 
O HOMEM escolhido havia chegado em sua vida. Os sonhos com ele 
eram tão reais que Magdá viveu uma linda história de amor por muito 
tempo, chegando até a ter um filho com Luis nos seus sonhos. 
Tudo era muito lindo. Luis a tratava como a mulher mais mimada do 
mundo. Ele era o melhor homem do mundo para ela. Porém, Magdá 
viveu isso tudo somente em sua fantasia pois não teve nunca coragem 
de revelar o seu amor. Magdá delirava e surtava por muitos anos, ficando 
como que louca.


Nisso Justina sempre trazendo noticias do casal, Rosinha e Luís, e o 
casamento se aproximava, faltando somente a chegada da cama que 
eles ganhariam do padrinho Antônio Pechinchão.


Chegando o presente dia eles se casaram. Magdá ouviu a festa a noite 
toda através da janela. E ela sofria muito com tudo isso, afinal o 
homem era dela e não podia se casar com outra.


Após muito sofrimento, Magdá, depois do casamento já em um outro
 dia, resolveu convidar o casal através de Justina para uma visita à ela 
pois daria um presente para eles preparando-lhes uma surpresa. 
O casal veio até a casa dela e ela disse-lhes que precisavam comemorar
 o casamento deles com um vinho muito especial. Foi então que Magdá
 fez o inesperado: serviu vinho envenenado para o casal, matando-os. 
Na verdade ela não suportou que ele tivesse se casado com outra e 
acabou achando melhor matar o seu amado junto com seu sonho.


Magdá foi levada à Casa de Detenção e delirava ainda no caminho. 
Queria ver o “seu filho que teve com o Luis”. 
Acabou sendo encarcerada... e o pai viu fecharem-lhe a jaula, mais 
sucumbido do que se aquela porta fosse a lousa de um túmulo.

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