Páginas

domingo, 2 de fevereiro de 2014

RESUMO DO LIVRO "LUCÍOLA"



Fica claro, que em Lucíola, o narrador é em 1ª pessoa. O livro é
 narrado por Paulo, que é o personagem principal. Assim, a narrativa 
tem um caráter autobiográfico, pois é feita em 1ª pessoa, buscando 
recuperar, a partir da perspectiva do amante, a paixão vivida por Lúcia 
e Paulo.

O prefácio chama-se "Ao Autor" e, ali, uma pessoa que assina G. M. 
afirma que encontrou as cartas de Paulo e as reuniu, publicando o livro 
Lucíola. Percebemos que, então, cada capítulo corresponde a uma carta 
que Paulo escreveu à senhora que o indagou. A narrativa é detalhista. 
Em Lucíola, o autor faz um aprofundamento psicológico e mostra os 
conflitos interiores de Paulo e de Lúcia. Além disso, Lúcia não é linear,
 porque seu perfil se altera durante a obra. ("Acredite ou não, Lúcia 
acabava de me revelar naquela imagem simples um fenômeno psicológico 
que eu nunca teria suspeitado." - cap 18). Os personagens de Lucíola são, 
em boa parte do tempo, falsos. Em Lucíola, um personagem apresenta 
grande complexidade psicológica, a par do idealismo romântico com 
que foi concebido.

A publicação do livro ocorre em 1862. Com relação à narrativa, trata-se de 
um conjunto de recordações de Paulo. Pode-se considerá-lo um livro com 
algumas memórias fictícias, pois a ação transcorre no passado.
 O relacionamento de Paulo e Lúcia aconteceu quando ele chegou ao 
Rio de Janeiro, em 1855. Entretanto, as cartas foram reunidas por
 G. M. em novembro de 1861.

O tempo no livro é quase sempre psicológico, com grandes usos de 
flash-backs. O Rio de Janeiro é o espaço físico onde se desenvolve o 
romance. O autor retrata a sociedade de sua época, quando o Rio de
 Janeiro era a capital do Império, apontando alguns aspectos urbanos 
negativos. José de Alencar era um forte crítico social. Paulo era um 
rapaz do interior, que foi para o Rio de Janeiro conhecer a corte. 
Poucos dias depois de sua chegada, um amigo de infância chamado 
Dr. Sá o leva à festa da Glória. Lá, Paulo percebeu a diferença
 existente entre sua vidinha provinciana e a vida luxuosa na corte. 
No meio da festa, porém, uma bela mulher chamou sua atenção. 
O que mais lhe impressionou nessa mulher foi o seu jeito de
 "ingênua castidade". Dr. Sá, entretanto, ao perceber o engano 
do amigo, explicou para ele que aquela mulher era uma prostituta 
de alto luxo. Mesma sabendo disso, ela não saiu de sua memória.

*Lúcia: Sua característica é a contradição, ela era uma cortesã e 
podemos mostrar isso através da orgia romana na casa de Sá. 
Mas a prostituição era um tormento, pois não se entregavam 
totalmente à ela; não conseguindo ficar um período intenso com 
a mesma pessoa.

Coexistem nela duas pessoas: Maria da Glória; a menina inocente, 
ingênua, digna, simples e um verdadeiro anjo; Lúcia; a cortesã 
depravada, excêntrica, rejeita o amor e é um verdadeiro demônio.

Essa ambigüidade realça a Maria da Glória, sua verdadeira existência 
que vai amando e sendo amada por Paulo.Assim, Lúcia tendo perdido 
a virgindade física, tende a virgindade do espírito.

Lúcia sofre uma transformação completa que lhe custou muitos sacrifícios 
e muita incompreensão por parte de Paulo.

Seus traços físicos: cabelos e olhos pretos, a pele partida.

Uma adualidade de caráter, ora anjo, um ideal de beleza, romântica;
 ora demônio, uma cortesã.

Se você não entende-la muito bem não se preocupe, afinal, ela mesma 
se definiu: "É difícil conhecer-me; mas difícil do que pensa. Eu mesma,
 não sei o que às vezes se passa em mim" (pág.51).Então aos dezenove
 anos Lúcia recupera a Maria da Glória que perdera aos quatorze anos.

*Paulo: Provinciano de Pernambuco, 25 anos, que veio estabelecer-se 
no Rio de Janeiro. É o narrador da história, não revelando informações
 de si, e desvia a atenção para Lúcia. Isto é muito raro em José de 
Alencar, tratando-se do personagem central.

Seu Perfil:

Espírito observador e sensível; é o único a compreender o 
comportamento estranho de Lúcia; é reservado e tímido.

Sua aproximação à Lúcia, foi lenta, no início apenas uma atração
 sexual, porque tinha muitas incertezas e desconfianças: "Se eu 
amasse essa mulher... Mas não, tinha apenas sede de prazer...".

Paulo chega a ser violento e muito sádico com Lúcia: "Esta noite a
 senhora não se pertence; é um objeto..." .

Paulo e Lúcia vivem um relacionamento romântico; apesar dele 
declarar-se pobre e até se vexar por isso. Este personagem vive 
de amor e sonhos.

Personagens Secundárias

*Dr.Sá e Cunha: amigos de Paulo de infância, não têm a personalidade
 bem definida, mas vêem Lúcia como prostituta.

*Couto: é um velho dado a galante, representa a sociedade que explora 
e corrompe. Foi quem aproveitou de Lúcia na sua necessidade e inocência
 e é um libertino precoce.

*Rochinha: é um velho prematuro, e aparece com libertino precoce.

*Laura e Nina: São prostitutas como Lúcia, mas não têm duas caras
 como ela. Não são capazes de descer tão baixo, mas não possuem a 
nobreza que Lúcia carrega.

Jesuína: mulher que recolhe Lúcia quando seu pai a expulsa de casa.

*Jacinto: homem de 45 anos que vive da prostituição de mulheres
 pobres e da devassidão de homens ricos.

*Ana: irmã de Lúcia que a educou em um colégio interno como se 
fosse sua filha. Lúcia tenta casar Ana com seu amor Paulo para a 
perpetuação e concretização de seu amor por ele. Mas Paulo prefere 
se tornar o “Pai” de Ana, que se casou com outra pessoa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário