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domingo, 2 de fevereiro de 2014

RESUMO DO LIVRO "SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOURA"

O narrador tratava-se de um viajante que chegado a uma hospedaria 
durante o jantar iniciou uma conversa com um homem que mais tarde 
veio ser apresentado como Marcário. O viajante perguntou a ele se ele 
era da Vila Real e tendo uma resposta afirmativa comentou que de lá 
vinham as mais belas mulheres. Marcário, em seguida, se calou e perdeu 
o sorriso se retirando da mesa.

Depois disso o viajante foi para seu quarto, o de número 3, que por 
coincidência era o mesmo de Marcário e foi ali na escuridão da noite 
que ele contou ao viajante a sua história.

Marcário trabalhava com seu tio Francisco, um caixeiro. Ele era um 
homem honesto, fiel ao seu trabalho, vivia uma vida simples e casta, 
mas que o satisfazia. Foi então que um dia viu no peitoral da janela 
defronte a do seu escritório uma linda mulher, pálida, vestida de luto 
e com lindos cabelos negros. Pensou nela o resto do dia e no dia 
seguinte, até que viu no peitoril da janela uma moça jovem, em seus 
vinte anos, diferente da outra que aparentava os quarenta anos, e esta 
era dona de também lindos cabelos loiros. Logo a julgou filha da
 mulher de luto.

Não demorou para que Marcário se apaixonasse pela vizinha. E assim 
já não era o mesmo, sempre desfrutando dos nervos que a paixão causava.
 Em um dia, as vizinhas, mãe e filha, como ele acreditava, foram à loja
 que ficava no andar térreo do prédio de seu tio. As duas procuravam por 
casimiras pretas, e a única justificativa para duas mulheres estarem 
procurando tal produto era o interesse em se aproximar de Marcário. 
Assim alegremente ele desceu e falou a elas sobre como aquelas casimiras 
eram de qualidade. Depois elas olharam alguns lenços da Índia.

Mais tarde, o tio Francisco disse ao sobrinho que lenços da Índia 
tinham sumido.

Seguidamente Marcário viu na rua um amigo, este retirou o chapéu de 
palha que levava para cumprimentar as duas senhoras que estavam no 
peitoril. Imediatamente Marcário foi ter com ele, perguntou-lhe se as 
conhecia, se eram boa gente, de boa família e se tinha meio de ele as 
conhecer melhor.

Logo Marcário começou a freqüentar o mesmo serão que elas, e em 
seguida a casa das duas. Foi em uma dessas reuniões que ele e Luisa – 
este era o nome da loira – se aproximaram. Em uma delas, um dos 
convidados exibia uma jóia que adquirira e a balançava no ar encantando 
Luisa. Em dado momento, a peça caiu no colo da menina, mas ninguém a 
encontrou.


Ao longo desses fatos, Marcário decidiu casar-se com Luisa. O motivo 
foi um beijo puro que deram. Pediu ao tio licença pra casar, 
surpreendentemente esse não permitiu e como o sobrinho insistia no 
casamento, Francisco o despediu como empregado e familiar. Assim 
Marcário, decidido, partiu da casa do tio levando seus poucos pertences 
e crente de que emprego não lhe faltaria, pois era bom empregado.


Começou em uma hospedagem, mas logo se mudou de lá. Não conseguia 
emprego! Os que conheciam seu serviço não o contratavam porque isso 
os levaria a romper as relações com o tio Francisco. Sendo assim, Marcário 
foi vendendo seus poucos bens até chegar ao dito estado de miséria. 
Por essa razão, ele passou a ver Luisa apenas durante a noite, porque assim 
ela não via o estado de pobreza que suas roupas demonstravam.


Foi então que o seu amigo do chapéu de palha lhe fez uma proposta: servir no 
Cabo Frio. Falou com Luisa pedindo que ela o esperasse e assim partiu, 
passou por muitas coisas muitas vezes desagradáveis, mas finalmente 
voltou e com fortuna feita. Assim, ele pediu a mão de Luisa e a mãe dela o
 aceitou de braços abertos.


Porém, o amigo do chapéu de palha lhe pediu uma alta quantia de dinheiro 
emprestado, e como foi ele quem o ajudou em outros tempos, Marcário se 
tornou fiador. Essa situação não perdurou, pois o tal amigo fugiu com uma 
mulher e o negócio, assim como Marcário, faliu.



Assim, com o casamento adiado, Marcário foi falar com o tio mais uma 
vez (em outro momento ele já tinha ido falar com ele). O emprego e tudo 
mais estavam ali disponíveis, mas ele só poderia voltar se fosse ficar solteiro. 
Então Marcário veio procurar o tio pela última vez: para dizer adeus. 
Surpreendentemente o tio o aceitou de volta e também o casamento. 
Os bons tempos voltaram e o casamento foi marcado para um ano depois.


Faltando seis meses para Marcário se casar, ele e Luisa foram comprar o 
anel de noivado, demoraram a escolher, mas por fim decidiram-se. Marcário 
voltaria no outro dia para buscar o anel que precisava ser ajustado. 
Saíram alegremente da joalheria, porém o dono da loja os chamou de volta 
e disse que Marcário tinha se esquecido de pagar, não o anel que buscaria 
no outro dia, mas o que Luisa estava levando com ela.


Em poucos segundos, Luisa, assustada, entregou o anel ao noivo que 
pagou o preço dele, afirmando que ela tinha só se enganado e que não 
fora nada, mas bastou que os dois ficassem sozinhos para que ele, ali 
mesmo na rua, desmanchasse o noivado: não se casaria com uma ladra.


E esse foi o desfecho da história contada por Marcário ao viajante.

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