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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

sábado, 13 de janeiro de 2018

RESUMO DO LIVRO "O QUINZE"



Rachel de Queiroz estreou na literatura brasileira com a publicação 
do livro O Quinze, seu primeiro romance, em 1930. Foi a primeira 
mulher a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. 
A obra, pouco tempo depois de ser publicada, foi alvo de críticas 
dos intelectuais e autoridades da época, visto que abordava a grande 
seca que ocorreu no nordeste brasileiro no ano de 1915.
Dividida em dois planos a narração prende o leitor do começo ao fim. 
Rachel procurou sensibilizar o leitor descrevendo de forma crítica e, 
ao mesmo tempo, emocionante a triste realidade do povo nordestino 
que, assolado pela seca e a miséria social, é forçado a migrar da sua 
região de origem em busca de melhores condições de vida nos grandes 
centros urbanos.
No primeiro plano se destaca o amor impossível entre Conceição e 
Vicente. Ambos são completamente diferentes um do outro, tanto em 
nível social como intelectual. Conceição é uma jovem educada e 
inteligente que gosta de ler obras a respeito da emancipação feminina 
na sociedade e a luta inconstante pelos seus direitos e igualdade de gêneros. 
Já Vicente é um sertanejo rude, forte e obstinado que vive e se dedica à 
criação de animais, sobretudo bovina, na fazenda do Logradouro em 
Quixadá, atualmente uma cidade universitária e turística do Ceará.
No segundo plano se destaca o sofrimento doloroso da família de Chico 
Bento que, forçada pela seca impiedosa e devastadora, é obrigada a 
migrar para a capital Fortaleza em busca de sobrevivência e, acima de 
tudo, de condições dignas para sobreviverem numa região castigada, 
de tempos em tempos, por longas e duradouras secas. Chico Bento, os 
filhos e a esposa Cordulina trabalhavam e viviam como moradores da 
velha Dona Maroca que mandou soltar o gado por conta do longo período 
de estiagem. Sem emprego Chico Bento decide migrar para a capital, no 
entanto, não consegue comprar as passagens de trem e é obrigado pelas 
circunstâncias, juntamente com a família, a migrar a pé de Quixadá 
à Fortaleza. No percurso enfrentam muitas dificuldades, como a fome 
e a sede causadas pelos raios escaldantes do sol. O alimento que levavam
 - rapadura e farinha - logo se acaba e aumenta-se o sofrimento, 
principalmente para as frágeis e pequenas crianças. Chico Bento, em 
certo momento do caminho, encontra outro grupo de retirantes que 
esfolava um cadáver de uma vaca que havia morrido do mal dos chifres. 
Os retirantes há dias que não se alimentavam estavam resolutos em
 ingerirem a carne doentia do animal. Chico Bento, dolente com a 
situação e, ao mesmo tempo, constrangido e com asco, decide dividir 
o pouco alimento que restava com os novos amigos.
Certo dia, esfaimado, Chico Bento encontra uma cabra no caminho e, 
sorrateiramente, a mata para saciar a fome da família moribunda. 
Entretanto, o dono do animal logo chega ao local e começa a descompor 
Chico Bento com palavras mesquinhas e pejorativas. Mesmo insistindo
 por um mísero pedaço de carne, para fazer um caldo à família esfomeada, 
o homem dá-lhe apenas as vísceras do animal já falecido. Sem água para 
limpar e sal para salgar as tripas, Cordulina apenas escorre as fezes com 
as mãos e assa as vísceras, insossa, no fogo improvisado. 
Em pouco tempo o mísero alimento é digerido por todos.
Um dos filhos do casal, o Josias, morreu durante a caminhada enfadonha
 por ter comido uma raiz crua de mandioca. Cordulina ficou com o coração 
confrangido após a perda do filho. Outrora, Pedro, o filho mais velho do 
casal, sumiu-se durante a noite. Decerto havia fugido com outro grupo 
de retirantes. Mocinha, a cunhada de Chico Bento, decidiu morar e trabalhar 
para uma velha senhora chamada de Sinhá Eugênia. Todavia, não passou 
muito tempo convivendo com a velha rabugenta e saiu perambulando 
mundo a fora, de mão em mão, até engravidar.
Conceição conseguiu convencer a sua avó, Inácia, a mudar-se para Fortaleza. 
A velha hesitou em ir, visto que há anos morava no Logradouro. Já em 
Fortaleza Conceição trabalhava como professora e ajudava, voluntariamente, 
no campo de concentração onde ficavam os flagelados da seca. 
A família de Vicente, por conta da seca terrível, se muda para Quixadá, 
porém ele continua resoluto trabalhando em prol dos animas descarnados 
e esqueléticos.
Ao chegarem ao campo de concentração, em Fortaleza, Chico Bento e a 
família encontram Conceição que os ajuda a comprarem passagens com 
destino à São Paulo. Conceição sendo madrinha do filho mais novo do 
casal, o Duquinha, pede para criá-lo como filho. A princípio o casal 
hesita, mas depois são convencidos a entregá-lo à madrinha que desejava 
torná-lo “alguém na vida”.


Já em dezembro as primeiras chuvas começam a cair trazendo consigo a 
alegria e a esperança de uma vida melhor ao povo nordestino. Dona Inácia 
volta para sua terra natal - o Logradouro -, já Conceição decide ficar em
 Fortaleza chateada com Vicente após ouvir boatos de que ele estava de 
namorico com Mariinha.

RESUMO DO FILME :

O filme O Quinze é uma adaptação cinematográfica do livro 
O Quinze da escritora cearense Rachel de Queiroz. Dividida em 
dois planos a trama prende o telespectador do começo ao fim, afinal 
Rachel procurou sensibilizar o público em geral descrevendo de forma 
crítica e, ao mesmo tempo, emocionante a triste realidade do povo 
nordestino que, assolado pela seca e a miséria social, é forçado a migrar 
da sua região de origem em busca de melhores condições de vida nos 
grandes centros urbanos.
No primeiro plano se destaca o amor impossível entre Conceição e 
Vicente. Ambos são completamente diferentes um do outro, tanto em 
nível social como intelectual. Conceição é uma jovem educada e 
inteligente que gosta de ler obras a respeito da emancipação feminina 
na sociedade e a luta inconstante pelos seus direitos e igualdade de 
gêneros. Já Vicente é um sertanejo rude, forte e obstinado que vive e 
se dedica à criação de animais, sobretudo bovina, na fazenda do 
Logradouro em Quixadá, atualmente uma cidade universitária e turística 
do Ceará.
No segundo plano se destaca o sofrimento doloroso da família de Chico 
Bento que, forçada pela seca impiedosa e devastadora, é obrigada a
migrar para a capital Fortaleza em busca de sobrevivência e, acima de 
tudo, de condições dignas para sobreviverem numa região castigada, de 
tempos em tempos, por longas e duradouras secas. Chico Bento, os filhos 
e a esposa Cordulina trabalhavam e viviam como moradores da velha 
Dona Maroca que mandou soltar o gado por conta do longo período de 
estiagem. Sem emprego Chico Bento decide migrar para a capital, no 
entanto, não consegue comprar as passagens de trem e é obrigado pelas 
circunstâncias, juntamente com a família, a migrar a pé de Quixadá à 
Fortaleza. No percurso enfrentam muitas dificuldades, como a fome e a 
sede causadas pelos raios escaldantes do sol. O alimento que levavam - 
rapadura e farinha - logo se acaba e aumenta-se o sofrimento, principalmente 
para as frágeis e pequenas crianças. Chico Bento, em certo momento do 
caminho, encontra outro grupo de retirantes que esfolava um cadáver de 
uma vaca que havia morrido do mal dos chifres. Os retirantes há dias que 
não se alimentavam estavam resolutos em ingerirem a carne doentia do 
animal. Chico Bento, dolente com a situação e, ao mesmo tempo, 
constrangido e com asco, decide dividir o pouco alimento que restava 
com os novos amigos.
Certo dia, esfaimado, Chico Bento encontra uma cabra no caminho e, 
sorrateiramente, a mata para saciar a fome da família moribunda. 
Entretanto, o dono do animal logo chega ao local e começa a descompor 
Chico Bento com palavras mesquinhas e pejorativas. Mesmo insistindo 
por um mísero pedaço de carne, para fazer um caldo à família esfomeada, 
o homem dá-lhe apenas as vísceras do animal já falecido. Sem água para 
limpar e sal para salgar as tripas, Cordulina apenas escorre as fezes com 
as mãos e assa as vísceras, insossa, no fogo improvisado. Em pouco tempo 
o mísero alimento é digerido por todos.
Um dos filhos do casal, o Josias, morreu durante a caminhada enfadonha 
por ter comido uma raiz crua de mandioca. Cordulina ficou com o coração 
confrangido após a perda do filho. Outrora, Pedro, o filho mais velho do 
casal, sumiu-se durante a noite. Decerto havia fugido com outro grupo de 
retirantes. Mocinha, a cunhada de Chico Bento, decidiu morar e trabalhar 
para uma velha senhora chamada de Sinhá Eugênia. Todavia, não passou 
muito tempo convivendo com a velha rabugenta e saiu perambulando 
mundo a fora, de mão em mão, até engravidar.
Conceição conseguiu convencer a sua avó, Inácia, a mudar-se para 
Fortaleza. A velha hesitou em ir, visto que há anos morava no Logradouro. 
Já em Fortaleza Conceição trabalhava como professora e ajudava, 
voluntariamente, no campo de concentração onde ficavam os flagelados 
da seca. A família de Vicente, por conta da seca terrível, se muda para 
Quixadá, porém ele continua resoluto trabalhando em prol dos animas 
descarnados e esqueléticos.
Ao chegarem ao campo de concentração, em Fortaleza, Chico Bento e 
a família encontram Conceição que os ajuda a comprarem passagens 
com destino à São Paulo. Conceição sendo madrinha do filho mais novo 
do casal, o Duquinha, pede para criá-lo como filho. A princípio o casal 
hesita, mas depois são convencidos a entregá-lo à madrinha que desejava 
torná-lo “alguém na vida”.
Já em dezembro as primeiras chuvas começam a cair trazendo consigo a 
alegria e a esperança de uma vida melhor ao povo nordestino. Dona 
Inácia volta para sua terra natal - o Logradouro -, já Conceição decide 
ficar em Fortaleza chateada com Vicente após ouvir boatos de que ele 
estava de namorico com Mariinha.







RESUMO DO LIVRO "VOCÊ É INSUBSTITUÍVEL"



Nunca desista da vida, pois vivê-la intensamente é um dos espetáculos 
mais belos e incríveis do universo. Procure contemplar o belo, aprecie 
os momentos simples da existência, afinal são neles que encontramos o 
verdadeiro significado da felicidade. Muitos tentaram dominar e controlar 
o sentimento da felicidade, mas poucos conseguiram fagulhas de alegria. 
Os famosos tentaram conquistá-la mediante os aplausos, os autógrafos, 
mas ela os driblou dizendo que só era digno de alcançá-la aqueles que 
souberam cultivar os solos dos seus fracassos, administrar as suas derrotas
 para enfim atingir o topo do sucesso.
Os maiores intelectuais que já pisaram nos solos áridos da Terra pensaram 
erroneamente que o segredo da felicidade estava escondido nas páginas 
dos livros, nas grandes ideias, e assim sobrepuseram a razão sobre a 
emoção, mas a felicidade os deixou estupefatos mostrando que só é feliz 
aquele que sabe navegar com tranquilidade nas águas turbulentas da 
emoção e não aquele que vive preso no cárcere intelectual fazendo da 
sua memória uma lata de lixo social. Os cientistas imaginavam que ela 
fosse calculável, medida, pesada, e, portanto, criada em laboratórios de 
pesquisa, porém ela os surpreendeu afirmando que a emoção é complexa, 
misteriosa e que nenhuma ciência foi capaz de explica-la por completo, 
assim os pesquisadores que tentaram controlá-la, administrá-la foram 
infelizes. Os jovens loucos por momentos de prazeres achavam que eram 
donos da felicidade, pois só eles sabiam aproveitar a vida e gozar das coisas 
boas que ela nos oferece, no entanto, mais uma vez ela mostrou que não é 
conquistada por migalhas de prazeres imediatos como pensavam os 
adolescentes ao se drogarem, se alcoolizarem e se aventurarem por 
caminhos perigosos. A felicidade, portanto, é encontrada na beleza das 
flores, na brisa da manha, no sorriso de uma criança, no encanto da 
natureza, enfim nas coisas que passam despercebidas aos nossos olhos.
Saiba que você é insubstituível no palco da existência, pois afinal enfrentou 
a maior de todas as corridas do universo, venceu os obstáculos mais difíceis 
do mundo, nadou no oceano mais profundo, escalou a montanha mais
 íngreme. Que corrida foi essa? E qual era o prêmio? Você participou da 
corrida mais disputada de todos os tempos: a corrida do espermatozoide 
em busca do óvulo. Enfrentou mais de quarenta milhões de competidores 
para atingir seu alvo e se tornar um vencedor. Suas chances eram quase 
inexistentes, mas você superou todos os desafios que lhe esperavam. 
No final de tudo foi premiado com o mais incrível, maravilhoso e 
encantador dos prêmios: o prêmio da vida. Ao nascer e se desenvolver 
nós nos abandonamos, esquecemos de nós mesmos, nos permitimos 
viver presos aos nossos problemas sociais, as dificuldades do percurso
 existencial.

Não valorizamos a vida como deveríamos fazer. Não encontramos 
felicidade e motivos para continuar lutando, esquecemos de atribuir 
sentido ao espetáculo da vida. Não desamine com as barreiras que irá 
enfrentar, não pare no meio do caminho, espelhe-se no maior dos mestres, 
o mestre do amor, o mestre da sabedoria, o mestre da vida, o mestre da 
sensibilidade: Jesus Cristo. Mesmo rodeado por perseguidores, assolado
 pela dor e abandonado pelos seus discípulos ele encontrou motivos para 
cantar e admirar os lírios do campo. Se valorize, seja feliz, não se considere 
inferior e não queira ser superior a ninguém, critique seus pensamentos 
negativos, duvide dos seus problemas e seja maior que eles, determine o 
que você quer da vida, adube com serenidade os erros e aprenda com eles, 
ague os solos dos seus fracassos com o suor da sua perseverança para colher 
os frutos do seu sucesso. Enfim, nunca diga que não é capaz, nunca diga que 
não vale nada, nunca fale que é um fracassado, pois você é um ser humano 
único e insubstituível.

RESUMO DO LIVRO "O PRÍNCIPE"




No livro O Príncipe Maquiavel descreve e analisa como o governante 
deve agir, quais as estratégias e artimanhas que deve desenvolver para 
conquistar e se manter no poder. Ele classifica os principados em 
hereditários ou novos. Para manter os principados hereditários o
 príncipe deve ser resiliente, celebrar os costumes dos antepassados 
para cativar e conquistar a confiança dos dominados e por eles ser 
amado e querido.

Algumas estratégias para conservar os novos principados é extirpar a 
linhagem do antigo e habitar as novas terras a fim de reprimir com mais 
rapidez e facilidades as revoltas emergentes. 
Além, claro, de criar colônias visando impedir invasões estrangeiras e 
revoltas, lamentos e rebeliões.
Para evitar conflitos com os povos dos novos territórios conquistados 
o príncipe deve manter algumas leis antigas, criando um clima ilusório 
de conforto e confiança, porém deve destruir antigas instituições e 
outros empecilhos futuros, além de habitar pessoalmente a região. 
Existem duas formas fundamentais de se conquistar um governo, ou 
pela força física ou pela virtude. Os conquistados pela virtude são 
mais maleáveis e enfrentam menos dificuldades para se manterem e 
consolidarem, pois adquirem o respeito e a admiração do povo por 
serem virtuosos, porém sua conquista é mais dificultosa. 
A conquista através da força é menos difícil, porém sua manutenção 
e expansão enfrentam maiores obstáculos e dificuldades. Entretanto, 
de nada adianta ser virtuoso se não lhe surgem oportunidades.
Um das formas de se conquistar um principado é através das armas e 
fortunas alheias. Tais Estados são fáceis de serem angariados, porém 
difíceis de serem mantidos. Os conquistadores enfrentaram dificuldades 
para governar, pois estão submetidos às vontades e interesses de quem
 os empoderou e ajudou a ascender ao poder. 
Sem virtudes e artimanhas sucumbirão facilmente nas primeiras 
dificuldades.
Ainda também conquista-se um principado por meio da criminalidade, 
de perfídias engenhosas. Estes príncipes serão mais odiados e temidos 
pelos seus dominados, nunca serão amados e admirados, pois são 
homicidas cruéis. As ofensas e estratégias políticas devem ser cometidas 
todas de uma vez para que seus efeitos sejam sentidos mais rapidamente 
e sejam menos duradouros. Já os benefícios, as benesses e bondades 
devem ser dadas aos poucos para que o povo seja iludido de que está 
sendo beneficiado pelo novo governo e logo se esqueça das suas 
atrocidades.
Um principado civil pode ser conquistado tanto com a ajuda do povo 
como dos poderosos que detém o poder. O povo não querendo ser 
governado por tiranos trata de eleger, numa democracia, um líder 
confiável que os represente. Já os poderosos sempre desejarão o 
poder e a condição de dominantes opressores, o que motivará lutas 
históricas entre as classes ou grupos de sujeitos que comungam da 
mesma condição e situação sociopolítica e econômica. Ascendendo 
ao poder com a ajuda dos poderosos o príncipe deve conquistar o 
mais rápido possível a confiança do povo para que nos momentos 
de crise não seja por este abandonado.
Quando um principado é protegido, fortalecido e legitimado pelo 
seu povo, pelo seu governante e pelo seu exército dificilmente será 
atacado ou assaltado por outro príncipe inimigo, e se o for as chances 
de ser derrotado serão mínimas.

Um dos principais elementos que garantem e fortalecem um principado, 
velho, novo ou misto, são as boas leis e os bons exércitos. 
Os tipos de armas utilizadas para manter um Estado ou são próprias 
ou mercenárias ou auxiliares ou mistas. As auxiliares e mercenárias 
são inúteis e perigosas, pois são desunidas, ambiciosas, indisciplinadas 
e infiéis. O príncipe deve possuir seus próprios exércitos que lhe sejam 
fiéis e combatentes.

RESUMO DO LIVRO "CRIME E CASTIGO"





Crime e Castigo é um romance publicado em 1866. É o nono do escritor
 e jornalista russo Fiódor Dostoiévski. O livro narra a história de um 
crime cometido pelo ex-estudante Ródion Ramanovich Raskolnikov e 
as suas consequências.
Crime e Castigo e o ensaio psicológico: a mente criminosa
Uma das características mais marcantes do romance é o aprofundamento 
psicológico dos personagens. O mundo interno tem tanta importância 
quanto o externo. Essa dedicação à descrição e aos diálogos internos faz 
com que o romance se aproxime de um ensaio sobre a psicologia humana.


É colocada uma questão moral: o assassinato de uma pessoa reles seria 
moralmente errado se o objetivo fosse nobre? Raskolnikov acredita que 
todas as pessoas superiores acabam cometendo assassinatos para atingir 
seus objetivos, que no final são grande avanços para a humanidade.
O personagem principal do livro é Ródion Ramanovich Raskolnikov, 
um ex-estudante que vive na miséria em um minúsculo apartamento em
Pitsburgo. Ele acredita que está destinado a grandes ações, mas que a 
miséria o impede de atingir todo o seu potencial.

Convencido de que ele é um dessas pessoas, Raskolnikov acredita que 
matar uma velha - que empresta a juros altíssimo e maltrata a sua irmã 
mais nova - para conseguir os meios para atingir seu potencial não é um 
ato moralmente condenável, mesmo que seja contra a lei.

Raskolnikov passa, então, a planejar o assassinato, sendo uma das suas 
maiores preocupações o efeito psicológico que este ato pode causar nele. 
O ex-estudante acredita que durante e depois do assassinato ele por ser 
acometido por uma espécie de remorso, como se fosse uma doença.

Dostoiévski explora o lado psicológico de uma forma excepcional. 
Após assassinar a mulher, Raskolnikov entra em um estado febril e de 
delírios. A narrativa acompanha esse estado, e o leitor é envolvido em 
inúmeras questões e detalhes que passam pela cabeça do assassino.
Crime e Castigo e o ensaio filosófico: há crime sem castigo?

Uma das principais questões do romance é essa. Mesmo que o criminoso 
acredite que o delito que ele cometeu é moralmente correto e mesmo que 
ele seja hábil suficiente para esconder todas as provas e não ser descoberto 
pelo crime que cometeu, ele ainda assim será castigado?

O romance então adquire um lado filosófico, de ensaio sobre a moral e 
sobre a relação do indivíduo com a sociedade que o cerca. A sociedade 
em questão no romance é uma Rússia extremamente moral e católica, 
czarista e aristocrática.

Mesmo que Raskolnikov não se sinta culpado pelo crime que cometeu, a 
sociedade exerce uma pressão moral sobre ele. A presença de sua irmã e 
de sua mãe em Pitsburgo logo na sequência do assassinato é um motivo 
de extrema perturbação para o ex-estudante.

As mulheres da sua família são muito religiosas e queridas ao personagem. 
A possibilidade delas tomarem conhecimento do seu ato vil é motivo de 
constante preocupação por parte de Raskolnikov. Dostoiévski nos mostra 
que por mais que a moral seja algo do indivíduo, ela está ligada à sociedade, 
aos círculos mais íntimos de convívio. A possibilidade de decepcionar 
alguém querido é algo que também está em jogo nas escolhas das ações.


Em última instância, nos parece que Raskolnikov busca o castigo desde 
o primeiro segundo após o crime. Ele não se aproveita dos bens roubados
 e cai em um estado de delírio. Ao ser confrontado com o juiz do caso, a 
sua irritabilidade e suas provocações quase o denunciam. 
O que faz o leitor questionar se o verdadeiro desejo de Raskolnikov nesses 
encontros era ser descoberto e sofrer o castigo.Outro aspecto essencial é 
que Raskolnikov insiste ao longo de todo o romance que não se sente 
culpado pelo assassinato e que busca fugir do castigo, mesmo quando 
já se encontra na prisão. Porém, as suas ações e a sua perturbação - que 
só é acalmada depois da confissão - nos mostram o contrário.
Crime e Castigo e o ensaio social: os outros

Além dos conflitos internos, Raskolnikov se depara com muitos 
personagens secundários que aprofundam os questionamentos feitos pelo 
personagem e pelo escritor. A sua família, junto ao seu amigo de estudos 
Razumíkhin e a Sônia Marmeladova formam uma espécie de núcleo de 
apoio à Raskolnikov.

Porém, como tudo na narrativa é complexo, esse núcleo assume diversas 
facetas e também é responsável por atormentar psicologicamente o 
personagem principal em suas questões morais.

Outra espécie de núcleo é formado pelo Porfiry Petrovich e Zamyotov, 
sendo os dois responsáveis pela investigação do assassinato. Porfiry 
confronta Raskolnikov diversas vezes, nunca revelando se ele é ou não 
suspeito do crime. A tensão que envolve os diálogos das duas personagens 
é notável. A tensão dura até Porfiry acusar informalmente Raskolnikov 
de ser o assassino.

Outras duas personagens marcantes são os pretendentes ricos da irmã de 
Raskolnikov: Pyotr Petrovich Luzhin e Arkady Ivanovich Svidrigaïlov. 
Cada um, a sua maneira, tenta subjugar a irmã de Raskolnikov. 
Estes personagens entram em conflito com o ex-estudante que, de certo 
modo, tenta proteger a sua irmã.

Mesmo que todos os personagens se relacionem com Raskolnikov de uma 
forma ou de outra, eles são muito independentes na narrativa. 
Essa autonomia gera um aprofundamento das características dos 
personagens. Eles não existem pura e simplesmente para cumprir um 
papel narrativo, mas dão profundidade às relações humanas e ao romance.

É como se cada personagem existisse independentemente da narrativa. 
A extenuante descrição física e moral que Dostoiévski faz dos 
personagens ajuda a criar todo um universo em volta deles. 
A maioria dos diálogos são surpreendentes, os personagens agem 
de forma autônoma e não necessariamente de acordo com a 
expectativa do leitor.

Crime e Castigo uma grande ficção
Tudo isto torna o romance de Dostoiévski uma das grandes obras 
primas da ficção. O conteúdo filosófico do livro agrega a narrativa 
que por si só já é surpreendente. O romance extrapola a sua função de 
puro entretenimento e se torna num meio de transmissão de grandes 
questionamentos filosóficos.


Se a narrativa fosse fraca, com falhas no enredo e personagens poucos 
complexos, as questões colocadas no livro pareceriam descoladas da 
história. Causariam confusão no leitor, tornando a leitura truncada e 
difícil. Mas cada questão colocada se encaixa perfeitamente na 
história do romance, tornando a leitura prazerosa e instrutiva.
Dostoiévski só fez isso graças a uma grande habilidade narrativa. 
É por meio dela que as personagens interagem de forma tão viva e 
independente e por onde a história passa fluida e capta a atenção do 
leitor. Só assim, com uma boa estrutura, que foi possível transformar 
Crime e Castigo em um romance-ensaio.
Fiódor Dostoiévski: o realismo e o existencialismo

A narrativa de Fiódor Dostoiévski é cheia de detalhes nas descrições 
dos cenários, situações e personagens. Essa descrição dá um tom 
realista aos romances do autor. É quase como se estivéssemos vendo 
tudo aquilo que é narrado.

Dostoiévski usa em seus romances diversas vivências próprias que 
ajudam a dar esse realismo em sua narrativa. O que torna a obra do 
escritor um pouco autobiográfica. Dostoiévski foi preso na Rússia em 
1849, acusado de conspirar contra o Czar.

Ele foi mandado para o exílio na Sibéria e depois para o Cazaquistão, 
onde passou nove anos. Durante este período ele conviveu com 
assassinos e outros criminosos. A sua experiência nos campos de 
trabalho forçado e o contato com os outros presos serviu de base para o 
romance Crime e Castigo.

Os diálogos internos e as introspecções dos personagens na obra de 
Dostoiévski dão um caráter existencialista à obra. Essa forma de romance, 
em que a vivência interna tem plena ação na narrativa, vai ser adotada por 
quase todos os grandes escritores do começo do século 20.

Dostoiévski foi o pioneiro neste tipo de narrativa e a obra Crime e 
Castigo é um grande exemplo do uso da introspecção dos personagens 
para a construção do enredo.

RESUMO DO LIVRO " MISSA DO GALO"



O conto "Missa do Galo", de Machado de Assis, foi publicado 
originalmente em 1893, sendo depois incluído na obra Páginas 
Recolhidas, em 1899. É uma narrativa breve, passada em um só 
espaço, apenas com duas personagens relevantes; contudo, trata-se 
de um dos textos mais famosos do autor.

Enredo do conto

Nogueira, o narrador, relembra uma noite da sua juventude e a 
conversa que teve com uma mulher mais velha, Conceição. 
Aos dezessete anos, partiu de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, 
com o intuito de concluir os estudos preparatórios. 
Ficou hospedado em casa de Meneses, que havia sido casado com 
uma prima sua e esposado Conceição em segundas núpcias.


Nessa noite, Meneses tinha ido se encontrar com a amante e Conceição, 
acordada naquele horário tardio, surgiu na sala e começou a conversar 
com o jovem. Falam sobre diversos temas e Nogueira acaba perdendo 
a noção do tempo e esquecendo da missa. A conversa termina quando 
o vizinho bate bruscamente no vidro da janela, chamando o narrador e 
lembrando do seu compromisso. Todas as semanas, Meneses dizia ir 
ao teatro e cometia adultério, algo que todos da casa sabiam: a sogra, 
as escravas, Nogueira e até a própria mulher. O narrador, embora 
estivesse já em período de férias escolares, optara por ficar no Rio de 
Janeiro durante o Natal para assistir à missa do galo na Corte. Tendo 
combinado com um vizinho que iria acordá-lo para irem juntos à missa, 
Nogueira fica esperando e lendo na sala.
Personagens

Nogueira era um jovem estudioso, tímido e solitário, que ocupava o 
seu tempo com “livros, poucas relações, alguns passeios”. É evidente 
a sua atração pela mulher de Meneses, mas também a sua inexperiência, 
que o leva a não saber como agir perante a proximidade súbita entre ambos.

Dividido entre o medo de desrespeitar Conceição e o desejo que sente por 
ela, Nogueira se revela confuso acerca dos acontecimentos daquela noite, 
não chegando nunca a saber as verdadeiras intenções da mulher.

Conceição era conhecida como “a santa”, alguém com “um temperamento
 moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos”. 
Consciente das traições do marido, aparece aproveitar a noite da missa 
do galo e a ausência de Meneses para se aproximar de Nogueira, o 
adolescente que estava hospedado em sua casa.

No dia seguinte, o seu comportamento volta ao habitual, como se o 
encontro e a intimidade da noite anterior nunca tivessem acontecido. 
Depois da morte do marido, Conceição volta a casar.
Análise e interpretação do conto

Este é um conto narrado na primeira pessoa, no qual Nogueira 
recorda o seu breve encontro com Conceição, que deixou uma 
lembrança forte mas também a dúvida acerca do que houve entre 
ambos naquela noite.

Logo na primeira frase, “Nunca pude entender a conversação que 
tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela 
trinta.” o leitor é informado acerca da natureza críptica e misteriosa 
do encontro.
Tempo

A narração é retrospetiva, contando acontecimentos que tiveram 
lugar no passado. Não sabemos que idade o narrador tem no 
momento em que escreve, apenas que já é adulto e continua se 
questionando sobre as intenções de Conceição naquela noite.

A sua memória parece falhar em relação a vários detalhes do 
episódio, começando pela própria data, uma vez que refere que 
foi na véspera de Natal de "1861 ou 1862”.
Espaço

A ação decorre no Rio de Janeiro, lugar onde estava situada a Corte. 
Tudo o que nos é narrado acontece em casa de Meneses, mais 
especificamente na sala. A descrição aponta para uma casa burguesa, 
decorada com sofás, poltronas e canapés mas também dois quadros 
de figuras femininas, uma delas Cleópatra, que parecem conferir ao 
espaço um certo clima de lascívia que contrasta com a suposta pureza 
de Conceição.

É a própria mulher que chama a atenção para este fato, dizendo que 
"preferia duas imagens, duas santas" e que não acha próprio estarem 
"em casa de família". Assim, podemos interpretar os quadros enquanto 
símbolos do desejo de Conceição, reprimido pelas pressões da sociedade.
Conceição e Meneses: casamento e convenções sociais

O casal, que vivia com a sogra e duas escravas, acolheu Nogueira quando 
este se mudou para o Rio de Janeiro. A família vivia segundo "costumes 
velhos": "Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez 
e meia a casa dormia.”.


Sobre Meneses sabemos muito pouco, além das suas indiscrições com 
uma mulher separada. Sobre Conceição, sabemos que foi deixada 
sozinha na véspera de Natal, que o marido decidiu passar com a amante. 
Talvez pelo peso da data, ou por cansaço e revolta com a situação, ela 
decide se aproximar de Nogueira, embora o adultério não chegue a ser 
concretizado.Vivendo segundo princípios morais tradicionais e 
conservadores, comuns na época, o casal reproduzia comportamentos 
injustos e sexistas. Meneses tinha uma amante, com quem se encontrava 
semanalmente, e a esposa tinha que se resignar e aceitar a traição calada, 
para não provocar escândalo.

Confirma, no entanto, a frieza de seu casamento e a vontade implícita de 
se envolver com outro homem, que se verifica depois, quando Meneses 
morre de apoplexia e Conceição se casa com o seu escrevente juramentado.
Conceição e Nogueira: sugestões de desejo e erotismo
O DIÁLOGO

Enquanto Nogueira lia Dom Quixote e esperava a hora da missa, 
Conceição apareceu na sala, se sentou de frente para ele e perguntou 
"Você gosta de romances?". A questão, aparentemente inocente, 
poderia carregar um significado oculto, probabilidade que vai parecendo 
cada vez mais forte com o desenrolar da conversa.

Começaram por falar de livros e os assuntos foram se sucedendo de forma 
um pouco aleatória, como se o que importasse realmente fosse continuarem 
ali, juntos, e o diálogo funcionasse apenas como uma desculpa para 
partilharem aquele momento de intimidade.

Quando o narrador se empolgava e falava mais alto, logo ela lhe dizia 
“Mais baixo! Mamãe pode acordar.”, confirmando o clima de secretismo 
e de algum perigo que corriam, pois não seria apropriado uma mulher 
casada estar conversando com um jovem àquelas horas da noite.
O DESEJO

Apesar da sua inexperiência e visível confusão acerca do que estava 
acontecendo, Nogueira reparou que Conceição não tirava os olhos dele 
e que "de vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-los", 
num gesto insinuante que ele não conseguia ignorar.

Através da narração, percebemos que o olhar de Nogueira estava também 
fixado na mulher de Meneses, atento a cada movimento, admirando cada 
detalhe: o balanço do seu corpo ao andar, os seus braços, até "o bico das 
chinelas", possível metáfora para os seus seios. Se antes, o rosto de 
Conceição era "mediano, nem bonito nem feio", subitamente "ficou linda, 
ficou lindíssima".

Assistimos à transformação de Conceição aos olhos de Nogueira, que 
deixou de vê-la como "santa" e passou a encará-la enquanto mulher 
sensual e provocante, que o "fazia esquecer a missa e a igreja”.


Significado de "Missa do Galo": 

Machado de Assis e o Naturalismo

O encontro foi interrompido pelo vizinho, que bateu no vidro da janela 
chamando Nogueira para a missa do galo. Já na igreja, o narrador não 
conseguia esquecer o que tinha vivido: "a figura de Conceição interpôs-se 
mais de uma vez, entre mim e o padre". No dia seguinte, ela agiu 
normalmente, "natural, benigna, sem nada que fizesse lembrar a 
conversação da véspera”, como se nada daquilo tivesse sido real.

Neste conto, são visíveis as influências naturalistas: a preferência pelas 
descrições psicológicas em detrimento das físicas, a exploração da 
sexualidade e da psique humana, suas vontades escondidas e 
comportamentos que não são socialmente aceites.

Embora o conto trate, de alguma forma, o tema do adultério (não só de 
Meneses com a amante mas também de Conceição com Nogueira), na 
verdade, o único contato físico entre ambos foi um leve toque no ombro. 
Assim, não houve concretização do desejo que sentiam um pelo outro; o 
que é relevante aqui não é o que realmente aconteceu, mas o que poderia 
ter acontecido.

Machado de Assis, no seu estilo bastante peculiar, contrapõe sagrado e 
profano, vontade e proibição, desejo carnal e compromisso moral de 
forma primorosa, tornando este texto de temática aparentemente simples 
(duas pessoas conversando, durante a noite) numa narrativa carregada de 
simbologia. Por tudo isto, "Missa do Galo" continua sendo um dos escritos 
mais célebres do autor.

RESUMO DO LIVRO "A HORA DA ESTRELA"



A Hora da Estrela é um livro da escritora Clarice Lispector, nascida 
na Ucrânia e naturalizada brasileira. Publicado em 1977, conta a 
história da emigrante nordestina Macabéa por meio do narrado 
Rodrigo S. M.
Análise e Interpretação


Clarice Lispector e o romance intimista

Clarice Lispector era uma escritora da terceira geração do modernismo. 
Seu primeiro romance publicado foi Perto do Coração Selvagem, quando 
tinha 17 anos, e chamou a atenção por sua grande qualidade narrativa. 
Desde então, Clarice se mostrou uma das grandes escritoras em língua 
portuguesa.


O romance psicológico, ou romance intimista, é o foco de 
Clarice Lispector. Nesse tipo de romance, o interesse é voltado para os 
conflitos psicológicos internos das personagens ou do narrador, sejam 
eles conscientes ou inconscientes.Os romances da autora estão repletos 
de estudos psicológicos das personagens, mas ocorrem poucas ações, 
já que seu interesse está voltado para o que se passa dentro do ser humano. 
A epifania é a grande matéria-prima das obras de Clarice.

O diálogo interno é preferido ao diálogo externo, a vida interior é mais 
explorada ao que se passa ao redor das personagens. O romance intimista 
teve seus expoentes na obra de Marcel Proust, de Virginia Woolf e de 
Clarice Lispector no Brasil.

O chamado fluxo de consciência, mais que os fatos em si, é matéria 
essencial para a romancista, que busca por meio de seus personagens, 
expor conflitos internos. A crise existencial e a introspecção causada 
por essa crise parecem ser as matérias que dão início às obras de Clarice 
Lispector.
Contexto

A maioria das obras de Clarice Lispector foram escritas durante a 
ditadura militar no Brasil. Quando muitos escritores procuravam 
denunciar ou criticar a situação política nacional, Clarice Lispector 
focava sua obra no psicológico, deixando a política de lado.

A atitude da escritora de ignorar o momento histórico gerou diversas 
críticas que a acusavam de ser alienada. Clarice, porém, tinha consciência 
política e, além de explicitá-la em algumas crônicas, isso está presente 
no romance A Hora da Estrela.
O narrador Rodrigo S. M.

O romance vai ser narrador por Rodrigo S. M., que também é apresentado 
como escritor. Ele é um dos elementos mais importantes do livro, fazendo 
uma mediação entre os acontecimentos, os sentimentos de Macabéa 
e os seus próprios.

Antes de começar a contar a história de Macabéa, Rodrigo S. M. abre o
 romance com uma dedicatória. Nela, o narrador faz uma profunda 
reflexão sobre o ato de escrever. Ele sabe que a palavra tem papel 
fundamental não só na escrita, mas no mundo.

A linguagem é tratada como performática, isso quer dizer que ela 
encerra dentro de si o poder da ação: "tudo no mundo começou com 
um sim". Com a consciência do poder da palavra, o narrador começa
 uma série de questionamentos sobre o ato de escrever e como contar a 
história de Macabéa.

O capítulo em questão começa com uma série de dedicatórias para os 
grandes compositores de música clássica. Podemos entender nesse 
contexto que a vibração, a linguagem antes da palavra, tem um papel 
muito importante no livro. O inefável, aquilo que não pode ser dito é 
o grande foco de A Hora da Estrela.


O narrador mantém um papel essencial ao longo de todo o romance, 
e não apenas na dedicatória. Macabéa é uma pessoa simples, com 
pouca consciência de si mesma. O narrador aparece como um mediador 
dos assuntos internos de Macabéa. Em um movimento que vai do seu 
psicológico para a da personagem e vice-e-versa, o narrador consegue 
criar uma teia complexa de sentimentos e pensamentos em um
personagem aparentemente simples.Rodrigo S. M. nos diz que ao longo 
de todo o romance existe um senhor tocando violino na esquina. 
A música faz parte essencial da estória, como aquilo que não pode ser 
dito, apenas sentido.

Esse movimento também serve para que o narrador desenvolva os seus 
próprios conflitos internos e exponha questões sociais que geralmente 
não têm espaço nas obras de Clarice Lispector. Rodrigo S. M. diz não 
pertencer a nenhuma classe social, mas reconhece na Macabéa a 
precariedade das populações mais pobres.

Macabéa é nordestina como o narrador e como Clarice Lispector, 
que nasceu na Ucrânia mas cresceu em Recife. O narrador sente por 
Macabéa a proximidade da origem, mas a vida deles no Rio de Janeiro 
é muito diferente. A relação entre o narrador e a personagem acaba 
sendo um tema central no livro.
Macabéa

Macabéa é uma entre as muitas mulheres nordestinas que saíram do 
sertão para a cidade. O tema da migração e da miséria do nordeste 
percorre o romance em paralelo com o desenvolvimento psicológico 
do narrador e da personagem. Rodrigo S. M. é o criador da personagem, 
mas diz ter vislumbrado Macabéa em um relance, quando viu o rosto 
de uma nordestina na rua.

A personagem é uma pessoa simples, tanto materialmente como 
psicologicamente. Macabéa não tem consciência de si mesma e 
quase nenhum desejo. As únicas vontades que ela possui vêm de 
sua fascinação pelas propagandas ou pelo cinema. São desejos 
simples e um pouco deslocados. Quando ela vê uma propaganda 
de um creme de rosto, seu desejo é comer o creme com colher.

Outro desejo que aparece em Macabéa e que é explorado pelo narrador 
é o seu desejo sexual. Todos os movimentos de Macabéa são primitivos 
e possuem relação com os instintos básicos de sobrevivência, como 
comer e se reproduzir.

Porém, até esse desejo básico da sexualidade é reprimido em 
Macabéa.Seus pais morreram quando ela era criança e ela foi criada 
por uma tia beata. As pancadas que a tia lhe dava e a criação religiosa 
serviram para que Macabéa reprimisse o menor desejo sexual.


Durante o namoro, Macabéa segue as vontades de Olímpio sem 
questionar. Até quando ele termina o namoro com ela para ficar 
com sua colega de trabalho. Macabéa aceita o término, esboçando 
como única reação um riso de nervosismo.Macabéa praticamente 
não existe, sua presença é sempre pequena, ela nunca quer incomodar 
e sempre é educada. Seu primeiro namoro é com Olímpico, outro 
nordestino mas de carácter totalmente diferente. Ele é descrito como 
alguém decidido, voltado para seus objetivos, uma pessoa com 
anseios, desejos e até alguma maldade.

Interpretação

A Hora da Estrela é um dos principais romances de Clarice Lispector 
e um dos mais importantes da literatura brasileira. O que torna o livro 
especial é a relação que o narrador Rodrigo S. M. tem com a personagem
 principal Macabéa.

O livro é, acima de tudo, uma reflexão sobre o exercício da escrita e do 
papel do escritor. Clarice Lispector sempre foi tida como uma escritora 
“difícil”. Nesta obra, ela nos mostra como seu processo criativo é 
complexo, justificando um pouco o conteúdo. Rodrigo S. M. nos diz 
no começo do romance:


Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para
 mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou
cansado...

A angústia do escritor é matéria essencial da obra. Por meio da estória e 
da Macabéa, o escritor consegue “aliviar” sua angústia. Porém, esse alívio 
é passageiro, pois logo a própria escrita se torna fonte de angústia.

Há também uma preocupação com o inefável (aquilo que não pode ser dito) 
e com os limites do narrador. A vibração como forma de comunicação não 
verbal reverbera em todo o romance, mas como o livro é essencialmente 
palavras essa comunicação é falha. O narrador tem seus próprios limites.

A pergunta que se coloca é como constituir, criar e narrar uma vida tão
 diferente da do criador.


Vai ser difícil escrever essa história. Apesar de eu não ter nada a ver 
com a moça, terei que me escrever todo através dela por entre espantos 
meus.

O sucesso do romance (a sua escrita e a transformação da narrativa em
literatura) é ainda, por mais contraditório que pareça, o fracasso do narrador.


Estou absolutamente cansado de literatura; só a mudez me faz companhia. 
Se ainda escrevo é porque nada mais tenho a fazer no mundo enquanto 
espero a morte. A procura da palavra no escuro. O pequeno sucesso me 
invade e me põe no olho da rua.

A Hora da Estrela é a grande reflexão sobre a escrita e sobre o papel do 
escritor. Sobre os limites do narrador e do próprio ato de narrar. 
Em última instância, é o desabafo de quem tem quer vomitar uma estrela 
de mil pontas.
Resumo

O livro começa com Rodrigo S. M., o narrador e escritor, refletindo sobre 
o papel da escrita e da palavra. Ele usa o primeiro capítulo para justificar 
o próprio livro. O chamado para a escrita é interno, vem da necessidade 
do próprio narrador.


Macabéa é datilógrafa e divide um quarto com outras três migrantes. 
Logo no começo da estória, ela é demitida por não sabe escrever direito, 
mas seu chefe Raimundo ainda a deixa trabalhar por ter pena dela.
Rodrigo S. M. continua a aparecer ao longo de todo o romance, fazendo 
pequenas intervenções e levantando questões existenciais sobre si mesmo 
e sobre as personagens. Macabéa é a personagem principal do romance. 
Ela é uma nordestina que migra para o Rio de Janeiro.

A vida de Macabéa é simples, ela trabalha e em casa escuta uma rádio na 
qual a programação consiste em cultura, hora certa e alguns anúncios. 
Toma café frio antes de dormir, tosse à noite e come pedacinhos de papel 
para enganar a fome.

Um dia ela falta ao trabalho e fica sozinha no seu quarto. Ela experimenta 
a solidão, dança sozinha, toma café solúvel e até sente tédio. É nesse 
mesmo dia que ela conhece Olímpico, que vem a ser o seu primeiro 
namorado.

O namoro segue sem graça, o casal sai quase sempre em dias de chuva. 
Seus passeios consistem em sentar-se em um banco na praça, onde 
conversavam. Olímpico sempre se irritava com as perguntas de Macabéa.

Um dia Olímpico resolve pagar um café para Macabéa, que fica tão feliz
 com o luxo que acaba colocando muito açúcar no café para aproveitar. 
Outro dia eles vão ao zoológico. Macabéa fica tão assustada com o 
rinoceronte que urina na própria saia.

O relacionamento acaba quando Olímpico conhece Glória, a colega de 
trabalho da Macabéa. Glória era loira oxigenada, seu pai trabalhava num 
açougue e ela fazia parte do clã do sul do Brasil. Todas essas qualidades 
eram atrativos para o ambicioso Olímpico, que trocou Macabéa por sua 
colega Glória.

Sentindo-se mal por ter roubado o namorado da colega, Glória passa a 
ajudar Macabéa. Primeiro a convida para jantar em sua casa e depois 
oferece dinheiro emprestado para Macabéa ir visitar uma cartomante.

A visita à cartomante marca uma reviravolta na vida de Macabéa. 
Ela pede licença do trabalho, inventando uma dor de dente e, com o 
dinheiro emprestado, vai de táxi para a cartomante. Lá, se encontra 
com a Madama Carlota, uma antiga prostituta e cafetina que, depois 
de enriquecer, tira a sorte nas cartas.

Carlota traz boas notícias para Macabéa: ela vai encontrar um gringo rico 
que vai se casar com ela, e sua vida de sofrimento vai ficar para trás. 
Para confirmar a sua sinceridade ao contar o futuro, Carlota afirma 
que a cliente anterior saiu chorando pois as cartas disseram que ela 
seria atropelada.


O narrador Rodrigo S. M. reaparece de forma bem marcante. 
Ele hesita em relação à narrativa. Ele não sabe se Macabéa deve morrer 
ou não. Essa é a hora da epifania. Largada no chão, Macabéa quer 
vomitar uma estrela de mil pontas.Macabéa sai da cartomante cheia 
de saudades do futuro, pronta para começar a sua nova vida. 
Porém, ao atravessar a rua, é atropelada. O atropelamento de Macabéa 
é uma das parte mais importantes do livro, é a “hora da estrela”.
Principais personagens

Rodrigo S. M.: é o escritor e o narrador da estória de Macabéa.

Macabéa: nordestina que migra para o Rio de Janeiro onde é datilógrafa.

Olímpico: primeiro namorado de Macabéa, que a troca por sua 
colega Glória.

Glória: colega de Macabéa.

Madama Carlota: ex-prostituta e cafetina. É a cartomante que 
tira as cartas para Macabéa.

RESUMO DO LIVRO "O PEQUENO PRÍNCIPE"



Em um dos milhões de planetas que existem no universo vivia um 
pequeno e solitário príncipe. De baixa estatura, o jovem garoto tinha 
cabelos loiros e faces enrubescidas. O planeta em que morava era tão 
pequeno que para contemplar o por do sol várias vezes seguidas apenas 
girava a sua cadeira. As únicas companhias de que disponha para 
conversar e se distrair eram uma flor que se dizia ser única entre as 
espécies e os três minivulcões do seu planeta, dois ativos e um inativo. 
Eram tão pequenos que as erupções pareciam como faíscas de lareiras e 
serviam para preparar suas refeições. A flor brotara de uma semente 
trazida sabe se lá de onde pelas correntes de ar. Logo cativou o pequeno 
príncipe com a sua beleza e elegância. Vaidosa pediu para que ele a 
cuidasse contra as intempéries devastadoras do universo, como as fortes 
ondas de vento e as rajadas de chuvas. Todos os dias a regava com água 
fresca e a envolvia em uma redoma de vidro. Certa manhã resolveu viajar 
para outros planetas e antes disso arrumou sua flor e revolveu 
cuidadosamente seus vulcões, logo em seguida partiu tristonho por ter de 
deixar sua flor sozinha.
O primeiro planeta a chegar era habitado apenas por um rei absoluto que 
teimava afirmando-se soberano sobre todas as coisas. Mas a quem ordenaria 
se somente ele habitava o seu planeta? Com saudade do por do sol o pequeno 
príncipe pediu-lhe para contemplar tal fenômeno, mas o rei não tinha poderes 
para tanto e ordenou-lhe que aguardasse o cair do dia. Aborrecido decidiu partir 
em frente, mas o rei não gostou da ideia de ficar sozinho novamente e sem 
ninguém para governar, assim, ofereceu-lhe inúmeros cargos, como ministro 
da justiça e embaixador. Sem pretensões ele partiu sem nada dizer.
O segundo planeta era habitado por um vaidoso que amava ser admirado. 
Toda vez que era lisonjeado tirava o chapéu e essa atitude monótona 
aborreceu o pequeno príncipe que partiu e foi embora. No terceiro planeta 
encontrou um bêbado que interrogado sobre o porquê bebia afirmou que o 
fazia para esquecer de que tinha vergonha de beber. Ficou perplexo com a 
alienação do beberrão e foi-se embora. Cada vez que partia reforçava a ideia 
de que as pessoas grandes são realmente esquisitas. O quarto planeta era 
povoado por um empresário que vivia contando números, fato que deixou 
o pequeno príncipe intrigado. Questionado disse que contava e recontava a 
quantidade de estrelas que possuía deixando o jovem ainda mais inquieto, 
pois para ele as estrelas não têm dono, afinal pertencem a todos. 
Questionado ainda sobre o quê fazia com elas o empresário respondeu que 
as depositava em um banco como se fossem riquezas acumuláveis. 
Movido pela avareza e ambição o empresário não se dava conta da 
imbecilidade de suas atitudes. Desapontado e decepcionado com as pessoas 
grandes o pequeno príncipe partiu mais uma vez.
O quinto planeta era o mais pequeno de todos e abrigava apenas um acendedor 
e apagador de lampiões. O garoto o considerou menos tolo do que o empresário, 
o rei, o bêbado e o vaidoso, pois o seu trabalho ao menos era dotado de sentido, 
ainda que minimamente. Já cansado de presenciar ações repetitivas desprovidas 
de imaginação e criatividade o jovem partiu acreditando decididamente que as 
pessoas grandes são muito estranhas mesmo.

Já no sexto planeta o príncipe encontrou ali um geógrafo sem muita empolgação 
que ficava o tempo todo sentado em sua escrivaninha aguardando descrições de 
exploradores sobre o relevo do seu planeta. Sem motivo de permanecer ali 
interrogou ao geógrafo para qual planeta deveria seguir. Ele respondeu a Terra, 
pois era um planeta com boa reputação. Ao chegar a Terra aterrissou no deserto 
do Saara na África e logo encontrou um homem que tentava consertar o seu 
vião que sofrera uma pane e teve que fazer um pouso de emergência. 
Curiosamente pediu para ele lhe desenhar um carneiro. Sem acertar o 
modelo de desenho desejado pelo garoto o homem decide desenhar uma 
caixa afirmando que o carneiro que ele queria estava ali dentro. 
O pequeno príncipe ficou maravilhado, afinal encontrara enfim alguém 
que lhe compreendia. Desenhou ainda uma corda para amarrá-lo e evitar 
que comesse sua flor. Depois desses acontecimentos narrou para seu mais 
novo amigo a sua história de vida. Dias depois o jovem saiu pelo deserto 
solitário e tombou ao chão sem fazer barulho e ao amanhecer do dia 
seguinte seu corpo não mais estava ali. Certamente retornara ao seu planeta 
de origem deixando apenas as estrelas como sinal de sua existência.

SIGNIFICADO DO LIVRO "O PEQUENO PRÍNCIPE"




“O Pequeno Príncipe" é uma obra literária do escritor francês Antoine de
Saint-Exupéry, que conta a história da amizade entre um homem frustrado 
por ninguém compreender os seus desenhos, com um principezinho que 
habita um asteroide no espaço.

O título original é Le Petit Prince, publicado pela primeira vez em 1943 
nos Estados Unidos.

Este livro é marcado pelo seu alto teor filosófico e poético, mesmo sendo 
considerado uma literatura para crianças.


A parábola do "Pequeno Príncipe" debate, entre outras questões filosóficas, 
a perda da inocência e fantasia ao longo dos anos, conforme as pessoas vão 
crescendo e abandonando a infância."O Pequeno Príncipe" é o terceiro livro
 mais traduzido do mundo, contabilizando aproximadamente mais de 
160 idiomas, e um dos mais vendidos por todo o planeta.

Este livro ganhou diversas adaptações, seja no cinema ou em espetáculos 
teatrais e musicais.
Resumo do Livro O Pequeno Príncipe

O autor do livro é o personagem principal da história, que assume também 
o papel de narrador, contando sobre o fatídico dia em que seu avião teria 
caído no meio do deserto do Saara.

Lá, o personagem principal adormece e ao acordar se depara com o 
Pequeno Príncipe, que pede para que ele desenhasse um cordeiro numa 
folha de papel.

O protagonista é frustrado em relação aos seus desenhos, pois nunca ninguém 
conseguia interpretar as suas artes da forma correta.

Ao longo da história, o Pequeno Príncipe vai narrando as suas aventuras para 
o protagonista.

O jovem estaria a procura de um carneiro para comer as árvores que 
estariam crescendo em excesso em sua terra, um asteroide conhecido por 
B 612, que teria apenas uma rosa vermelha e três vulcões, sendo que um 
deles está inativo.

Ao ouvir as aventuras do Pequeno Príncipe, o protagonista vai percebendo 
como as pessoas deixam de dar valor as pequenas coisas da vida conforme 
vão crescendo.
Análise de Frases do Livro O Pequeno Príncipe


Esta obra literária aborda em várias partes o valor das coisas. 
Através desta afirmação da Raposa, podemos concluir que o verdadeiro 
valor de algo ou de alguém não pode ser visto com uma visão superficial. 
Para conhecer o que é essencial é preciso ver com o coração, ou seja, tirar 
tempo para conhecer, olhar sem preconceito e sem discriminar.


Esta frase descreve o laço afetivo existente entre o Pequeno Príncipe e a 
Rosa. Podemos concluir com esta frase que o que torna as coisas ou 
pessoas importantes é o tempo que nós investimos nelas. Quanto mais 
tempo, mais importante se torna nas nossas vidas.


Com esta declaração, a Raposa expressa o carinho que sente pelo 
Pequeno Príncipe. O mesmo acontece entre pessoas que gostam uma da 
outra, existe esse sentimento de antecipação quando se sabe que vai 
haver um encontro.


As duas estruturas mencionadas (muros e pontes) servem para designar 
atitudes no contexto da interação social. Os muros servem para criar uma 
separação entre dois lugares, enquanto as pontes têm a função oposta, ou 
seja, são construídas para conectar dois lugares. Assim, quem é solitário 
se afasta das outras pessoas, construindo muros e não pontes.


Esta frase revela o perigo e a insensatez de generalizar e julgar e avaliar 
uma pessoa por alguma coisa que aconteceu no passado. Isso também pode 
ser aplicado ao tópico da discriminação e preconceito racial. 
Só porque alguém foi magoado por uma pessoa de uma determinada classe,
 raça, gênero ou grupo social, não significa que todas as pessoas são iguais.


O fenômeno de “cativar” algo ou alguém é amplamente abordado neste 
livro. Esta frase explica que quando é formado um relacionamento
 (seja ele amoroso ou de amizade), as pessoas se cativam e ao cativar, 
são responsáveis por ela. Isso significa que o amor ou amizade requerem 
responsabilidade. O Pequeno Príncipe cativou a Rosa e por esse motivo 
era responsável por ela, dando resposta aos seus desejos e caprichos.

Personagens do Livro O Pequeno Príncipe
O Pequeno Príncipe


O personagem que dá o nome ao livro é um dos dois protagonistas 
da história. Esta criança vem do asteróide 325 (conhecido na Terra 
como B-612) e deixa a sua casa e a sua querida rosa, viajando pelo 
Universo. Nos vários planetas que visita, tem contacto pela 
primeira vez com adultos e fica espantado com o comportamento adulto e 
suas incoerências.

O Pequeno Príncipe representa a infância inconsciente dentro de 
cada adulto, simbolizando sentimentos de amor, esperança e
 inocência.

O Piloto


Assume o protagonismo da história juntamente com o Pequeno Príncipe, 
e tem a função de narrador. 
Quando era criança, o piloto tinha o sonho de ser um artista, mas 
foi desencorajado por adultos à sua volta. Apesar disso, o piloto 
faz vários desenhos para o Pequeno Príncipe e revela que a sua visão 
do mundo é mais parecida com a de uma criança.

Simboliza a atitude de perseguir e lutar pelos sonhos. 
A sua busca pelo poço no deserto revela a importância de aprender 
as lições através da exploração pessoal.
A Rosa


Elemento que é objeto do amor do Pequeno Príncipe, mas graças
 ao seu comportamento contraditório faz com que ele parta em viagem. 
Tem uma atitude melodramática e orgulhosa e é simultaneamente 
convencida e ingênua. 
O Pequeno Príncipe cede aos seus caprichos e cuida muito bem da Rosa, 
e a sua memória faz com que queira regressar ao seu lar.
Simboliza o amor que deve ser cultivado e cuidado. 
Apresenta características humanas, tanto boas como más.
A Raposa

Aparece na história de forma repentina e misteriosa e estabelece 
um relacionamento de amizade com o Príncipe. 
Apesar de pedir para ser domada pelo seu amigo, a raposa atua 
não só como pupila, mas como sua tutora, ensinando-lhe valiosas lições.

Representa a sabedoria pois ensina valiosas lições ao Pequeno 
Príncipe, sendo as mais importantes: só o coração consegue ver 
corretamente; o tempo que o Pequeno Príncipe passou longe do 
seu planeta fez com que valorizasse mais a Rosa; o amor implica 
uma responsabilidade.
O Carneiro e a Caixa


Quando o Pequeno Príncipe pediu ao Piloto para desenhar um 
carneiro, não ficou satisfeito com o resultado. Assim, o Piloto 
desenhou uma caixa, afirmando que dentro dela vivia o carneiro 
que o Pequeno Príncipe tinha pedido para desenhar.

Simboliza o poder da imaginação, capaz de ajudar a contornar 
problemas que aparecem no dia a dia. 
O Pequeno Príncipe fica preocupado que o carneiro coma a sua 
Rosa. Por esse motivo, o carneiro representa a dualidade da 
entrega do amor: dá prazer, mas também pode ser uma porta 
para o sofrimento.

Elefante dentro da Jiboia


Este é um desenho feito pelo Piloto e que é revelado ao 
Pequeno Príncipe. Inicialmente os adultos não entendiam 
o desenho e o confundiam com um chapéu, porque a jiboia 
que comeu o elefante assumiu a sua forma. Para explicar o 
desenho, o Piloto fez uma segunda versão, um raio X que 
revela o elefante dentro da jiboia.

Esta ilustração pretende demonstrar que nem sempre aquilo 
que vemos é a realidade. Assim como o primeiro desenho 
parecia para muitos um chapéu, na vida, muitas coisas não 
são o que parecem à primeira vista.
A Serpente


Este é o primeiro personagem que o Pequeno Príncipe encontra 
na Terra. É possível fazer um paralelismo com a serpente do livro 
e a serpente da Bíblia, que convenceu Adão e Eva a comer o fruto 
proibido, o que resultou na expulsão do Éden. É responsável por 
enviar o Pequeno Príncipe à sua casa através da sua mordida 
venenosa.
Representa o fenômeno da morte e apesar de falar por enigmas, 
não requer tanta interpretação como outros personagens, porque 
fala com franqueza.
O Rei


O Pequeno Príncipe encontra o Rei no primeiro planeta que visita. 
Apesar de pensar que ele governa todo o Universo, o seu poder é 
vazio, porque ele só pode dar ordenar coisas que aconteceriam 
mesmo sem que ele mandasse. Ele faz tudo para que o Pequeno 
Príncipe ficasse com ele, mas como não consegue, o nomeia seu 
embaixador quando ele vai embora.

É mandão mas tem um bom coração e ensina a lição que “é preciso 
exigir de cada um o que cada um pode dar”.
O Bêbado


Elemento envolvido em tristeza que afirma que bebe para esquecer 
a vergonha de beber. O Pequeno Príncipe fica com pena dele, mas
 ao mesmo tempo fica intrigado com a sua atitude perante a vida.
Representa a ignorância e as pessoas que tentam fugir da realidade 
ou resolver um determinado problema através de um vício.
O Homem de Negócios

Completamente envolvido nos seus cálculos, o Homem de Negócios 
quase não nota a presença do Pequeno Príncipe. Este personagem se 
apropria das estrelas, afirmando ser mais rico desse jeito. O Pequeno 
Príncipe entende que a sua lógica é parecida com a do Bêbado e afirma 
que não vale a pena ser dono de alguma coisa se não se cuida delas.

Tem a função de caricatura dos adultos, que muitas vezes estão tão 
envolvidos nos seus negócios que não conseguem aproveitar a vida. 
É o único personagem criticado abertamente pelo Pequeno Príncipe.

O Acendedor de Lampiões

Inicialmente o Pequeno Príncipe pensa que é apenas mais uma pessoa 
com comportamento ridículo e sem propósito. No entanto, ao verificar 
a devoção e empenho no seu trabalho, chega a admirá-lo. 
Tem a tarefa de acender o lampião de noite e apagá-lo de dia, mas o 
planeta gira muito rápido e o Sol se põe a cada minuto, o que faz 
com que o seu trabalho seja extenuante.

Simboliza as pessoas que cumprem determinadas tarefas sem
 pensamento crítico, muitas vezes fazendo coisas sem sentido 
ou sem entender porquê.
O Geógrafo


Um homem com bastante conhecimento geográfico e que 
escreve vários livros. Não obstante a sua inteligência sobre 
outro lugares, não conhece nada sobre o seu próprio planeta, 
afirmando que não é a sua função explorá-lo. 
É ele que recomenda ao Pequeno Príncipe uma visita ao
planeta Terra.
Quando o Geógrafo revela que não estuda as flores porque 
elas não duram para sempre, o Pequeno Príncipe fica preocupado 
e se arrepende de tê-la deixado.
O Astrônomo


O astrônomo turco foi o primeiro humano a descobrir o asteróide 
B-612, a casa do Pequeno Príncipe. Quando este personagem fez 
esta descoberta, ninguém acreditou porque ele vestia roupas típicas
turcas. No entanto, foi ouvido quando anos mais tarde fez a 
apresentação com roupas ocidentais.
Representa o problema da xenofobia e racismo na sociedade, 
onde pessoas são julgadas de acordo com a sua roupa, raça ou 
local de nascimento.

O Vaidoso


É o único habitante no seu planeta e tem uma enorme necessidade 
de ser reconhecido e elogiado pelos outros. Ele pergunta se o 
Pequeno Príncipe o admira e pede para que ele diga que é o mais 
inteligente, mais bonito e mais rico do planeta, o que é estranho 
par ao protagonista, já que o vaidoso é a única pessoa do planeta.

Este personagem ensina que nós não podemos depender dos elogios 
dos outros para encontrarmos o nosso valor.

RESUMO DO LIVRO "CLARA DOS ANJOS"



Clara dos Anjos era uma menina ingênua e frágil de cor escura, que 
tem 17 anos de idade. Clara era uma menina muito fechada, não tinham
 muitos amigos, pelo motivo de que seus pais não lhe deixavam sair de 
casa, sem que ela estivesse acompanhada deles. Para fazer sua festa 
de aniversário, o pai de Clara pediu sugestões sobre quem poderia ser 
convidado para a festa de aniversário de sua filha. Então por meio de 
indicações o pai de Clara convidou Cassi Jones, um jovem muito belo 
e encantador.

Mas no dia da festa de aniversário, Clara ficou encantada por aquele 
moço, já seus pais não haviam gostado do carácter de Cassi, então os 
seus pais resolveram proibir com que Cassi entrasse em contato com 
Clara novamente, pois ele não aparentava ser um bom ‘sujeito’.

Clara mesmo proibida de manter contato com Cassi, continuou mantendo 
contato com o mesmo, através de cartas levadas de um para o outro 
pelo dentista de Clara. Mas o padrinho de Clara descobriu tudo e 
consequentemente Cassi e mais alguns homens mataram Marramaque 
(padrinho de Clara).

Após manterem o contato e fazerem sexo, Clara acabou ficando 
grávida de Cassi. Então ela e sua mãe ao irem buscar o homem, deram 
de cara com os pais de Cassi, ofendendo profundamente Clara, dizendo 
que Cassi nunca casaria com uma menina negra, assim tornando 
Clara dos Anjos mais uma das vítimas de Cassi Jones, o jovem 
galanteador e destruidor de casamentos.

RESUMO DO LIVRO "UM CADÁVER OUVE RÁDIO"



Certo dia, um menino chamado Muriçoca estava procurando emprego. 
Ele entrou em um prédio em construção para escapar da chuva, não 
encontrou ninguém, e subiu até o segundo andar. 
Chegando lá encontrou um homem deitado no chão, de costas, todo 
ensanguentado, estava morto . Na cena do crime havia um radio ligado, 
cigarros e bilhetes de loteria espalhados por todo o chão.

Apavorado, Muriçoca chamou a polícia, que logo iniciou as investigações. 
Os policiais encontraram a arma do crime: uma faca chinesa. 
Descobriram também que o homem morto se chamava Alexandre, 
porém era mais conhecido como Boa Vida. Sua esposa era a Dona 
Elvira, conhecida de Muriçoca. Boa Vida era um grande sanfoneiro, e 
andava com sua sanfona por todo o lugar. A pessoa que matou Boa Vida 
não roubou os pertences dele, apenas uma coisa: a sua sanfona. 
A partir daí começaram as suspeitas. Surgiu como suspeito um chinês 
que era conhecido da esposa de Boa Vida, mas a história não estava bem 
contada: porque um chinês mataria um homem, apenas para roubar a sua 
sanfona?

Algum tempo depois, chegou um primo de Boa Vida que morava longe, 
dizendo que recebeu a notícia da morte do primo, ele se chamava Sandoval. 
Entrevistaram ele e ele passou a ser um suspeito.

João Valentão também era um grande sanfoneiro da região, assim como 
Boa Vida era. João passou a ser um suspeito também.

Outro mistério: Dona Elvira e Muriçoca começaram a receber ligações 
anônimas.

No dia seguinte aconteceu algo terrível: a venda de Elvira – esposa de
 Boa Vida – havia sido invadida. Mataram a mulher com outra faca chinesa.

Todos pensavam que João Valentão era o autor dos crimes. Seguiram ele, 
mas para surpresa de todos, encontraram ele em um circo, tocando sanfona 
e divertindo as crianças.

Muriçoca tinha alguns amigos “metidos” a detetives, eles tiveram a ideia 
de marcar um encontro com o criminoso todos disfarçados para tentar 
descobrir a verdade.

Chegando no local do encontro, veio a surpresa: o assassino era Sandoval, 
o primo de Boa Vida. Gino – um dos amigos de Muriçoca – começou a 
conversar com Sandoval. Ele confessou que havia matado Boa Vida e sua 
esposa porque eles haviam ganhado milhões na loteria, e se matasse eles, 
o prêmio ficaria para ele, como era o parente mais próximo. 
A faca chinesa foi uma estratégia para incriminar o chinês amigo de Boa 
Vida, e a sanfona roubada era para pensarem que havia sido João Valentão, 
o outro sanfoneiro. Sandoval foi preso e tudo voltou ao normal.
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RESUMO DO LIVRO "ÉRAMOS SEIS"




A obra Éramos seis foi publicada pela primeira vez em 1943. 
É um romance de Maria José Dupré que também teve algumas adaptações 
para o cinema e para a televisão. Na televisão, Lola foi representada 
pela ótima atriz Irene Ravache no canal SBT.

O romance conta a história de uma família paulista constituída por Julio, 
Lola e seus quatro filhos, Julinho, Isabel, Carlos e Alfredo. A história 
dessa família é corriqueira e cotidiana, todavia desperta grande interesse 
no leitor por possibilitar descobrir mais das relações humanas e da 
individualidade de cada membro dessa família. A análise do estereótipo 
de cada indivíduo é muito interessante.

Julio é o patriarca da família, sujeito trabalhador e turrão – carrega todo 
o machismo proveniente de sua época. A família brasileira da época era 
composta pelo pai que era o provedor, a mãe que zelava o lar e responsável 
pela educação dos filhos. Julio não era um cara muito afetuoso com a mulher 
e os filhos, exceto Isabel que era sim sua filha preferida.

“Logo vi que você ia dar o basta; você e sua gente são fracas mesmo. 
Eu queria que você visse quando mamãe era moça, da sua idade; cozinhava 
para todos nós, limpava a casa que era uma beleza, mas ficava mesmo uma 
beleza. O soalho brilhava que se podia ver, não é como este aqui que até dá 
vergonha. Ainda costurava toda a roupa da casa, pergunte a Maria. 
Isso sim é dona de casa.”

Lola é a nossa Amélia da música de Mario Lago e Ataulfo “Ai que saudade 
da Amélia”

“Amélia não tinha a menor vaidade

Amélia é que era mulher de verdade”

Mãe zelosa e amorosa, esposa dedicada e submissa, capaz de aguentar as 
bebedeiras do marido e suas grosserias pacificamente. O “pior” de tudo é 
que Lola nos faz crer que é uma esposa feliz. Lola é a grandeza dessa família, 
pois ela é capaz de tudo para que cada um deles viva da melhor forma possível.
 Durante toda a narrativa, Lola questiona a sua qualidade como mãe, como se 
esse fosse o papel que ela mais gosta de representar. Ela é sempre muito 
dedicada e comprometida.

“Nunca disse aos meus filhos para serem honestos. Sabe por quê? Porque 
sempre pensei que a gente já nascesse honesta e isso não se ensinasse. 
Imagine dizer a eles todos os dias: não roube, não mate. Você acha que isso 
se ensina? É o mesmo que dizer: a boca é para falar, os olhos são para olhar. 
Isso se ensina, Clotilde? Diga se isso se ensina. Ensina-se a ser bom, ser 
correto, cumprir as obrigações, ser limpo, fazer o bem, não maltratar ninguém, 
obedecer aos mais velhos, respeitar os superiores. Mas, não roubar, não matar, 
eu nunca ensinei; será que errei e devia ter ensinado também isso? 
Pensei que a gente da vossa raça já nascesse sabendo. Vai ver que errei”.

Apesar de Lola ser a responsável pela educação das crianças – sobremaneira, 
na fala de Julio, Lola é sempre responsabilizada pelas falhas dos filhos – Julio 
era a maior autoridade na casa. Era ele que detinha a palavra final e também era 
o grande temor dos filhos.

Carlos é o filho mais velho, muito estudioso e responsável. Ele é o orgulho 
dos pais, sempre atento aos problemas familiares e disposto a ajudar da melhor
 forma. É um doce deleite acompanhar a relação de Carlos com sua mãe.
 Eles são a representação maior do amor entre mãe e filho. Carlos esteve 
sempre ao lado de sua mãe… até o fim. Ele sempre foi preocupado com as 
questões familiares, sempre comprometido e empenhado para que os irmãos 
seguissem os ensinamentos dos pais. Carlos é a representação na história da 
moral e dos bons costumes, ele sempre foi a voz que dizia “não faça isso 
porque é errado”, “não faça aquilo porque é desonesto”; “não desonre a 
família, não desrespeite nossos pais”.

Alfredo é um canalha, desde pequeno já mostrava a que veio. Desobediente, 
desinteressado e muito egoísta. Um indivíduo completamente alheio aos 
problemas vivenciados por sua família. Um bom vivant. Alfredo é aquele 
indivíduo que faz toda a família questionar o que deu errado, pois consegue 
ser completamente diferente de todo o resto da família. Em contrapartida ao 
comportamento com a família, Alfredo era uma alma livre, desapegado, 
disposto a viver a vida intensamente. Alfredo não perdia tempo, talvez fosse 
a única pessoa que entendia que a vida é curta e que não temos tempo e que 
uma vida feliz não é acumular riquezas. O problema de Alfredo é que para 
viver o seu ideal, ele era capaz de fazer sua família sofrer, infringir normas,
 magoar pessoas.

Julinho era negociador, amante dos livros, focado e determinado. 
Era um burguês, enquanto esteve em casa não foi um mau filho, todavia ao 
se afastar dos pais para ir ganhar a vida em outro estado, ficou inerte e 
desinteressado da família. Depois que saiu do ninho, sempre foi correto, 
trabalhador, mas esqueceu completamente dos seus familiares.

Isabel era a mocinha da casa, vaidosa, a queridinha do papai. 
 Quando pequena seu maior sonho era ser professora, depois que cresceu 
seus sonhos ficaram maiores. Isabel é a personagem que nos traz um tema 
polêmico para a época: Divórcio.

Isabel se apaixonou por um homem “casado”. Ele estava separado de fato 
há dois anos, mas na época não havia o Divórcio tal qual o conhecemos
 hoje, pois somente em 1977 com a Emenda nº9 que se criou a figura do 
Divórcio. A Lei do Divórcio mesmo é de 26 de dezembro de 1977, 
completando em 2017 40 anos. Antes disso, poderia ser pedido o desquite que 
interrompia os deveres matrimoniais e terminava com a sociedade conjugal. 
Para a família tradicional da época era inconcebível aceitar o divórcio e essa 
questão foi responsável pelo afastamento de Isabel de sua família, pois os 
laços foram rompidos após a união de Isabel com um homem separado.

Esse tema despertou algumas reflexões sobre preconceito e como as questões 
culturais influenciam em nossa vida. Uma questão que separou uma família, 
hoje seria absolutamente normal. Trazendo a polêmica para os tempos atuais, 
é possível fazer uma analogia com as relações homoafetivas que hoje ainda 
separam famílias por causa do preconceito e da falta de entendimento. 
Daqui alguns anos será absolutamente normal, pois assim como ocorreu com 
o divórcio, as leis já estão sendo adequadas para garantir os direitos dessas 
pessoas. No futuro será outro tema que intranquilizará as famílias brasileiras. 
Peçamos a Deus que ainda existam famílias nessa época.

“Alguém disse que a ausência mata o amor, qualquer espécie de amor; só a 
convivência aquece e faz viver tanto o amor como a amizade. 
A separação esfria”.

Não são poucas as provações que os Lemos precisaram enfrentar, houveram 
dificuldades financeiras, mortes, revoluções.

A leitura do livro nos faz perceber como as relações e a própria sociedade 
mudam muito no decorrer do tempo. Talvez o modelo da família Lemos não 
sobrevivesse aos tempos atuais. Aliás, sobreviveria sim, pois parando um 
pouco para pensar, é possível encontrar famílias idênticas aos Lemos.

Esse livro é a prova concreta de que boas histórias são sempre atemporais, 
pois mesmo um romance que fora escrito na década de 40 consegue ser tão 
atual. A releitura desse livro também tem gosto de saudade da escola, saudade 
de ler os nossos clássicos da literatura nacional que andam tão esquecidos. 
Uma saudade de ir na estante da biblioteca da escola e pegar os livros do José 
de Alencar, do Adolfo Caminha, do Joaquim Manuel de Macedo, do Monteiro
 Lobato. Li uma versão da Editora Ática da série vagalume.

Salve a literatura nacional e os nossos grandes escritores.